Salário: acordos não superam inflação, mas promoções garantem alta

De acordo com pesquisa de consultoria especializada, dados remetem à uma valorização dos indivíduos e não dos cargos

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Entre junho do ano passado e maio deste ano, os reajustes salariais estipulados em acordos coletivos ficaram em torno de 5%, abaixo, portanto, do IGP-M ((Índice Geral de Preços do Mercado) e do INPC (Índice Nacional de Preço ao Consumidor), superando apenas o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que é o índice oficial utilizado pelo governo.

No entanto, muitas empresas aumentaram os salários dos indivíduos, em prol da retenção de talentos. Outras promoveram seus funcionários, garantindo alta também. Como resultado, muitos salários sofreram elevação acima da inflação.

O resultado integra pesquisa da consultoria especializada Watson Wyatt, realizada junto a 133.023 profissionais de 207 empresas, sendo 7CEOs (a sigla em inglês para diretor executivo), 15 presidentes regionais de subsidiárias, 50 presidentes de subsidiárias, 32 gerentes gerais, 122 vice-presidentes, 1.104 diretores, 12.259 gerentes e 119.434 profissionais.

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Salários individuais

Na análise dos salários de cada um, entre promovidos e não-promovidos, constatou-se uma forte alta das remunerações, por vários motivos, entre eles as promoções. Por exemplo, profissionais da área jurídica, que não ocupam cargos executivos, registraram uma média de reajustes de 17,2%. Veja, na tabela abaixo, a média dos rejustes, incluindo profissionais e executivos promovidos e não-promovidos:

Área Aumento entre executivos Aumento entre profissionais
Total 10,8% 11,1%
Finanças 10,9% 11,1%
Marketing 12,2% 13,9%
Industrial 10,8% 10,6%
Jurídico 11,6% 17,2%
TI 8,9% 10,4%

Segundo o responsável pela Área de Serviços de Informações da Watson Wyatt, Christian Mattos, as promoções e os aumentos salariais podem ser explicados pela economia aquecida e pela preocupação por parte das empresas em reter talentos, em um cenário de escassez de mão-de-obra qualificada. “As empresas não esperam mais tanto quanto esperavam no passado para promover alguém”, afirma.

Perspectiva para os salários

“Apesar do desaquecimento da economia americana, o cenário para o mercado brasileiro continua semelhante ao protagonizado no ano passado, com alta demanda de profissionais, sobretudo nos setores mais aquecidos, alto índice de promoções e aumento salarial relativamente superior à inflação. As empresas falam em algo em torno de 2% a 3% acima do INPC”, afirma Mattos.

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De acordo com a pesquisa, a perspectiva para a próxima negociação salarial entre empresas e sindicatos é de aumento e de reposição plena da inflação (50%), reajuste acima da inflação (49%) e reposição parcial da inflação (1%). No geral, a previsão de crescimento da folha de pagamento para 2009 ficou em 7,1%, ao passo que o prognóstico para o INPC é de alta de 5,0%.