Saiba tudo sobre resiliência e veja por que as empresas preferem os resilientes

A maioria dos profissionais (80%) tem suas competências diminuídas frente a um ambiente de tensão; os resilientes, não!

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – É a competência do momento. Livros, jornais e revistas deixaram um pouco o tema liderança de lado – cá entre nós, já estava ficando cansativo – e passaram a falar de resiliência.

Elástico e silicone. Por incrível que pareça, essas palavras têm tudo a ver com os profissionais. Explica-se: o termo resiliência provém do latim, do verbo resilire, que significa “voltar para trás” ou “voltar ao estado natural”. Historicamente, a noção de resiliência foi primeiramente utilizada pela Física e pela Engenharia, que entendia que a palavra significava “propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão causadora da deformação elástica”.

A explicação é do consultor organizacional Eduardo Carmello, diretor da Entheusiasmos Consultoria em Talentos Humanos e autor do livro “Resiliência – A transformação como ferramenta para construir empresas de valor”, da Editora Gente. Ele conta que o conceito se desenvolveu e, hoje, as empresas enxergam resiliência como algo muito mais amplo.

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“As pessoas escutam de seus chefes ou lêem em algum lugar que elas precisam ser resilientes, mas não entendem o que isso significa. Quando procuram no dicionário, encontram a definição que diz que resiliência é o poder de recuperação, a capacidade de suportar pressão. Com isso, elas entendem que precisam ser passivas. Mas resiliência não é isso”, conta.

Afinal, o que é resiliência?

Carmello explica que resiliência é a capacidade de:

“O profissional resiliente tem três principais características: ele é antenado no mercado e detecta os sinais de oportunidades, frente a mudanças ou adversidades, sem ficar só olhando para o lado ruim da situação; ele consegue entregar o que promete; e ele é capaz de promover mudanças estratégicas e entender seu valor”, afirma Carmello.

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Por que as empresas preferem os resilientes?

“A maioria dos profissionais, cerca de 80%, segundo pesquisas, tem suas competências diminuídas frente a um ambiente de tensão ou de mudança”, sublinha o especialista. Para quem não consegue imaginar a dimensão do problema, vale a pena enfatizar os inúmeros riscos aos quais as empresas estão submetidas. Entrada de novos concorrentes no mercado, enfraquecimento do dólar – o que prejudica as exportações -, alta da inflação, saída de funcionários em posições estratégicas, para citar apenas alguns.

Carmello ainda lembra que, no mundo empresarial, a cada dez projetos de mudança, apenas um dá certo. “O resiliente não espera a crise acontecer para fazer algo, ele se antecipa às mudanças, porque está sempre ligado para o que acontece no mercado, fora da empresa. É o que mais se espera dos profissionais hoje. Se você acha que, nos últimos dez anos, muita coisa mudou, é porque não sabe o que irá acontecer nos próximos dez”.

Em outras palavras, espera-se que os profissionais sejam protagonistas e agentes
das mudanças no mercado. “Será que, de fato, ninguém esperava a crise no setor imobiliário americano? Será que o dólar mais fraco era imprevisível? Muitos dizem que a crise financeira que atinge os Estados Unidos não chegará ao Brasil, mas não é certeza. A verdade é que o mercado financeiro é muito imaturo. Por conta de especulações, as pessoas entram em pânico e daí surge a crise. Não é alarmismo, mas o resiliente se prepara para a realidade do mercado”.

Como cultivar a resiliência

No livro “Resiliência – A transformação como ferramenta para construir empresas de valor”, o consultor dá algumas dicas de como se tornar um profissional resiliente. Comece se questionando:

Agora, analise a seguinte situação, para avaliar seu nível de resiliência: o gás explodiu e queimou a casa inteira:

Nível 1 de resiliência: recuperando-se de traumas:
  • Atitude: Não se antecipou ao acidente nem à conseqüência dele.
  • Resposta resiliente: “Eu não consegui, no momento, ativar recursos ou competências necessárias para controlar o acidente, mas saí vivo de lá”.

Nível 2: tornando-se mais flexível, leve e consistente:
  • Atitude: Conseguir agir bem diante do grau de exigência da conseqüência, mesmo sem ter se antecipado à situação.
  • Resposta resiliente: “Eu consigo agir antes que a conseqüência se torne desastrosa”.

Nível 3: Crescer, mesmo em ambiente de mudança e adversidade:
  • Atitude: Necessidade de ampliar recursos para lidar com o alto nível de exigências das conseqüências em razão de não ter se antecipado à situação.
  • Resposta resiliente: “Eu consigo construir competência a tempo de minimizar o impacto da conseqüência, ou seja, recorro a amigos, chamo os bombeiros, isolo materiais inflamáveis etc.”

Nível 4: Antecipando acontecimentos e transformando a realidade:
  • Atitude: Antecipar-se para que, frente à situação, nada de errado aconteça, talvez nem a própria situação venha a acontecer.
  • Resposta resiliente: “Eu me antecipo à situação, evitando que ela aconteça e obtendo total controle sobre a situação e/ou a conseqüência dela”.