Saiba como será a universidade do futuro

Para especialistas, as instituições serão focadas em cursos interdisciplinares e auxiliarão o intercâmbio de alunos com outros países, incentivando a pesquisa

Karla Santana Mamona

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SÃO PAULO – As universidades têm como um dos objetivos preparar o aluno para o mercado de trabalho, que está em constante mudança motivado pelos avanços da tecnologia e do cenário econômico e político. Para acompanhar esse dinamismo, as universidades adotarão outros modelos de ensino. 

Segundo informações da Agência Fapesp, o vice-reitor da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Julio Cezar Durigan, afirmou, durante evento realizado pela instituição para discutir o assunto, que, até 2020, uma das tendências das universidades será o crescimento da interdisciplinariedade.

Durante o encontro, o reitor da UFBA (Universidade Federal da Bahia), Naomar Monteiro de Almeida, citou a Universidade de Bolonha, na Itália, na qual os graduandos têm uma formação genérica nos três primeiros anos e escolhem uma carreira específica, fazendo um curso de mais dois anos.

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“Na primeira fase, o estudante já obtém o diploma de graduação e, após os dois anos de especialização, sai com o título de mestrado”, complementou Durigan. Entretanto, há alguns obstáculos para que esse modelo seja adotado no Brasil, como a falta de reconhecimento desse tipo de pós-graduação pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).

Intercâmbio
Outro fator indicado foi o intercâmbio com universidades de outros países. Os professores acreditam que esse aspecto é fundamental para o desenvolvimento da pesquisa brasileira e para o aumento de sua visibilidade no mundo. Eles afirmaram que um dos obstáculos pode ser o idioma.

“Enviamos muitos alunos para intercâmbios em Portugal e na Espanha, por exemplo, mas isso não ocorre com a mesma intensidade com a Alemanha, China e Coreia do Sul”, disse Durigan.

Na próxima década, a expectativa é que as universidades terão forte infraestrutura de tecnologias da informação e da comunicação, já que uma parte da função educacional será à distância.

Quem acredita que o ensino à distância tem qualidade inferior ao presencial está enganado. Segundo Durigan, o primeiro modelo capacita mais pessoas e apresenta qualidade igual ou superior ao segundo.

“Estudos mostram que o aproveitamento do estudante está muito relacionado à disponibilização de material antes da aula, para que ele possa se preparar para o encontro com o professor”, disse.

Além disso, na próxima década, as universidades investirão mais em novas tecnologias e deverão proporcionar mais tempo para o docente se dedicar aos trabalhos de pesquisa e de extensão. Já os serviços de extensão das universidades estarão cada vez mais relacionados com projetos de inovação.