Saiba como profissionalizar sua empresa familiar

Esse processo não implica necessariamente substituir os familiares por profissionais do mercado, mas sim implantar ações estratégicas

Luiza Belloni Veronesi

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SÃO PAULO – Muitos empresários se preocupam com a profissionalização de sua empresa familiar. Quem acredita que para que isso ocorra é necessário substituir os familiares por profissionais do mercado está enganado. O segredo é implantar ações estratégicas e envolver toda a organização na execução do plano de ação. É o que explica o diretor da consultoria Evoluo, Armando Grell.

De acordo com o especialista, são muitas etapas para dinamizar a empresa e aumentar sua competitividade no mercado. Uma delas é definir um organograma e as funções de cada um dentro da empresa, sendo familiar ou não. “Quando cada executivo sabe seu papel dentro da organização, os conflitos gerados pela ingerência em assuntos de outras áreas são reduzidos significativamente. Além disso, facilita a vida do executivo principal, que pode estabelecer e cobrar meta de desempenho das áreas, independentemente se o responsável é um familiar ou não”, diz. 

Ele ainda ressalta que antes de tudo, é preciso ter um plano de negócio para a empresa, no qual irá traçar as linhas gerais de estratégia, sua visão e objetivos.”Tem que ter visão de futuro, se não fizer um planejamento detalhado para a empresa, ela poderá perder para a concorrência”.

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Para alavancar sua produção é indispensável focar em três ações estratégicas: capacitação de todos funcionários, independente do grau de parentesco; criação de instrumentos para estabelecer e medir o desempenho individual e criar programa de bonificação atrelado a esse desempenho.

Casos comuns
Há situações em que o funcionário não-familiar pode se sentir injustiçado frente aos cargos que os familiares possuem, o que pode ocasionar em desentendimentos ou até chegar demissões. A sugestão de Gell é deixar claro no contrato social da empresa sobre as funções de cada funcionário e sua ética. “O ideal é fazer o familiar começar por baixo, ter as mesmas oportunidades dos outros funcionários”, explica.

Também há casos em que os familiares não estão devidamente capacitados para uma função Para isso, ele afirma que há apenas uma forma para não haver conflitos na empresa ou ocasionar na diminuição da produtividade: investir no profissional da família. “Fazer um plano de ação individual para ele, profissionalizá-lo por meio de uma faculdade ou curso técnico ou contratar um assessor para ensiná-lo na prática as funções do cargo”. E se o “empregado” não se dedicar o bastante e o plano de ação individual não ser efetivo, cabe ao empresário separar o emocional do profissional e abrir a oportunidade para os outros funcionários.

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Para o gestor da empresa familiar Pediatric Home Care, Jefferson Ladeia, a dificuldade de estabelecer a liderança com os funcionários familiares é mais difícil do que com os outros, isso é classificado por ele como um ponto negativo de uma empresa familiar. “A liderança com os familiares não tem o mesmo impacto e pode retardar um pouco a produção da empresa”.

A solução para isso, segundo Ladeia, é estabelecer processos bem definidos, como a implantação de pessoas externas para gerenciar as áreas em que os familiares atuam e intermediarem as decisões dos CEOs para com os funcionários. “Assim distancia o vínculo entre a vida particular e a profissional”, afirma Ladeia.