Rendimento da população deve sofrer queda brusca em meados do ano

Para o economista da LCA, reajuste do rendimento médio do trabalhador deve girar, na média do ano, em torno de 1,9%

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SÃO PAULO – Os meses de julho, agosto e setembro podem proporcionar um impacto negativo no rendimento médio real da população ocupada no País, sobretudo em decorrência da inflação, que deverá superar o teto de 6,5%.

Ainda que em fevereiro o rendimento médio do trabalhador tenha aumentado 3,7% frente o mesmo mês de 2010, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na comparação mensal, o mesmo indicador vem desacelarando desde outubro do ano passado, quando atingiu alta de 6,5%.

Para o economista da LCA, Fábio Simão, responsável pela projeção mencionada, já em março o indicador deve perder ainda mais fôlego, ficando em 3,1%. Segundo ele, o aumento do rendimento médio do trabalhador brasileiro deve girar, na média de todo o ano, em torno de 1,9%. 

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Este resultado pode, de imediato, estar associado à maior pressão inflacionária, à desaceleração da atividade econômica e ao praticamente nulo ganho real no salário mínimo, que deverá somente ficar na reposição da inflação.

Segundo Simão, a tímida alta também pode ser explicada, em boa medida, pelo enfraquecimento da evolução interanual dos rendimentos nos setores de Serviços (0,1%), Comércio (+0,6%) e Outros serviços (+3,2%). 

Ocupação
Em fevereiro, o nível de desocupação apresentou ligeira alta de 0,3 ponto percentual frente a janeiro e recuou 1 ponto percentual frente o mesmo mês de 2010, quando estava em 7,4%. Com isso, a taxa de desemprego ficou em 6,4% no mês.

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“Essa taxa já foi menor, pois encerrou o ano em 6%, o que significa um sinal de que o desemprego, com ajuste sazonal, pode subir”, avalia o economista da LCA.

Segundo Romão, a taxa de desocupação entre a população brasileira pode encerrar o ano próxima dos 6,7%, com ajuste sazonal – aumento de 0,7 ponto percentual.

Essa distorção também pode aparecer na população ocupada, que em fevereiro cresceu 2,4% frente ao mesmo mês de 2010 e apresentou estabilidade na comparação com janeiro.

Em outubro de 2010, ante o mesmo período de 2009, a ocupação, por exemplo, crescia a um ritmo de 4%. A configuração atual, explica Romão, é decorrente da invasão de importados, em especial, os vindos da china.

Com a baixa do dólar, existe um estímulo para a compra de produtos no exterior. O saldo desse processo é refletido nas baixas contratações do comércio e da indústria, que não sentem necessidade, em um primeiro momento, de aumentar o quadro de funcionários para a produção.