Renda média do trabalhador paulista sobe 1,5% em novembro frente a outubro

Nos últimos 12 meses, o salário médio real dos ocupados registrou leve queda de 0,1%, segundo pesquisa Dieese/Seade

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), junto com a Fundação Seade, divulgou nesta quarta-feira, dia 28 de janeiro, sua Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) na Região Metropolitana de São Paulo.

De acordo com os resultados apurados pela pesquisa, a taxa de desemprego na RMSP caiu de 19,9% da PEA (População Economicamente Ativa) para 19,1%, entre novembro e dezembro de 2003. No último mês de 2002, a taxa estava em 18,5% da PEA. Apesar do recuo na análise mensal, a taxa de desemprego para o mês de dezembro é a mais alta desde 1985, ano em que a pesquisa foi iniciada.

O estudo leva em consideração ainda a variação do rendimento médio real dos trabalhadores ocupados, entre eles os assalariados do setor privado e os trabalhadores autônomos. O levantamento leva em consideração o período de novembro de 2003, ao contrário da taxa de desemprego cuja referência foi dezembro de 2003.

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Rendimento em novembro foi o maior para o ano

Os rendimentos verificados, tanto para os ocupados como assalariados atingiram o patamar mais alto no ano em novembro. De acordo com o estudo, o rendimento médio real do total de trabalhadores ocupados aumentou em 1,5% no mês de novembro em relação a outubro, passando de R$ 945 para R$ 959. Na relação anual, houve um leve recuo de 0,1% em relação a novembro do ano passado, mês em que a renda média do total de ocupados correspondia a R$ 960.

Entre os trabalhadores assalariados, o salário médio passou de R$ 1.003 em outubro para R$ 1.015 em novembro, variação positiva de 1,2%. Em relação ao mesmo mês em 2002, o salário médio dos assalariados subiu de forma mais significativa, 3,1%. Naquele mês, este universo de trabalhadores possuía uma renda média de R$ 984.

A elevação dos salários do setor privado foi de 0,2% em relação a outubro, enquanto apresentou expansão de 2,6% na comparação com o mês de novembro do ano anterior. De acordo com a pesquisa, em novembro o salário médio do setor privado era de R$ 950, em outubro era de R$ 947 e em novembro do ano passado, R$ 926.

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Pela pesquisa, tanto a indústria (+1,7%) como o setor de comércio (+4,5%) e serviços (1,2%) tiveram aumento nos rendimentos reais de seus trabalhadores em um ano, comparando o resultado de novembro último a igual mês em 2002. Na relação mensal, outubro e novembro, apenas a indústria elevou os salários (1,7%), sendo que no comércio (-0,6%) e serviços (-0,4%) houve queda na renda média do trabalhador do setor.

Informais tiveram redução salarial de 10,4% em um ano

No que se refere aos trabalhadores com carteira assinada no setor privado, em novembro o salário real médio avançou 1% em relação a outubro e 4,7% em relação a novembro de 2002, ficando na média de R$ 1.058 em novembro deste ano. No mesmo mês no ano passado, o salário desses trabalhadores era de R$ 1.011, enquanto em outubro estava em R$ 1.048.

Já em relação aos trabalhadores sem carteira assinada, o salário real em novembro frente ao mês anterior registrou queda de -4,5%, ficando em R$ 615. Na comparação com igual período em 2002, houve expressiva queda de 10,4%, ressaltando que naquele mês o salário médio era de R$ 685. No mês de outubro, o salário médio havia ficado em R$ 644. De acordo com o estudo, esta foi a maior queda no salário do trabalhador apurada pela pesquisa.

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Finalmente, entre os trabalhadores autônomos houve aumento real do salário da ordem de 0,9% de outubro para novembro, passando de R$ 644 para R$ 650. Já na relação anual a queda verificada foi de 9%, haja vista que em novembro de 2002 os autônomos recebiam em média R$ 714.

Equiparação salarial entre homens e mulheres fica estável

Homens (1,4%) e mulheres (1,5%) passaram a ganhar um rendimento maior em novembro, em proporções semelhantes, o que significa que não houve alterações na diferença salarial entre os sexos. Sendo assim, a remuneração das mulheres, que subiu de R$ 723 para R$ 735 entre outubro e novembro, continuou equivalendo a 64,1% da renda masculina, que passou R$ 1.127 para R$ 1.146 no mesmo período.

Contudo, em relação a novembro do ano passado a diferença entre os salários foi menor, de 66%, pois, conforme ficou constatado na pesquisa, naquele mês as mulheres ganhavam em média R$ 745, enquanto os trabalhadores do sexo masculino possuíam um rendimento de R$ 1.129.

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