Renda das famílias deve aumentar 7,8% este ano, mostra pesquisa

Dados revelam que, no ano passado, avanço foi de 8,8%; alta se dá pelo aumento da produção e dos salários

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Após ter tido crescimento de 8,8% no ano passado, a massa real de renda das famílias brasileiras deverá avançar 7,8% este ano, de acordo com levantamento realizado pelo MB Associados, com base na Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“A alta se dá pelo dinamismo do mercado interno, com crescimento da produção e dos salários“, disse o economista-chefe do MB Associados, Sérgio Vale, sobre os dados divulgados em comentário quinzenal da empresa desta segunda-feira (3).

Ele ainda disse que esta renda será direcionada, em maior proporção, aos produtos de bens duráveis. “Eletroeletrônicos, móveis, carros, informática, construção, também por causa do aumento do crédito”, afirmou.

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Crédito

Os dados ainda mostraram que o crédito em proporção ao PIB (Produto Interno Bruto) – soma de tudo o que é produzido pela nação – deve atingir 41% este ano, taxa recorde para o país, mas ainda baixa. Esse número supõe a evolução nominal do crédito em torno de 15% reais este ano.

O crédito não deverá avançar além disso, por causa do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que ajudou a elevar os juros. Em termos de prazos de pagamentos, ainda há elevação, mas mais moderada do que no ano passado.

“Com juros em elevação e prazos relativamente estabilizados, a renda deve continuar a crescer para sustentar essa expansão do consumo”, diz o comentário quinzenal.

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Classe social

De acordo com Vale, o crescimento neste ano e nos anteriores será impulsionado, principalmente, pela classe média. “Por causa do aumento de emprego de nível mais alto, que gera mais renda para a classe média”, afirmou.

Apenas a parcela da população que recebe acima de 5 salários mínimos deve receber quase R$
45 bilhões a mais de renda em 2008, o que deve ajudar a sustentar o aquecimento da economia este ano.

Ele ainda destacou a classe mais baixa que, devido ao Bolsa Família e aos reajustes do salário mínimo, teve aumento de renda. “A desigualdade teve melhora contínua já há alguns anos”, afirmou. Veja abaixo o crescimento para cada classe em 2007 e a projeção para 2008:

Faixa de renda Crescimento/07 Crescimento/08
até 1 SM 3,3% 2,9%
entre 1 e 2 SM 11,1% 11,4%
entre 2 e 3 SM 14,2% 15%
entre 3 e 5 SM 18,9% 18,4%
entre 5 e 10 SM 22,6% 22,3%
entre 10 e 20 SM 16,4% 13,6%
mais de 20 SM 8,2% 8,8%

Fonte: Pnad 2006; elaboação e pojeção: MB Associados
SM = Salário Mínimo