Quem ingressa no mercado de trabalho mais tarde se prejudica?

Em alguns casos, é preciso adiar a entrada neste campo competitivo; até que ponto isso prejudica este profissional?

Waldeli Azevedo

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SÃO PAULO – Que a competição no mercado de trabalho está cada vez mais acirrada, todo mundo já sabe. Por esta razão, deve-se procurar garantir um “lugar ao sol” o quanto antes, segundo especialistas no assunto. Porém, em alguns casos, isto não é possível, por questões pessoais ou financeiras. Quando isto acontece, diminuem as chances de sucesso deste profissional?

Existem muitas situações que levam alguém a optar por começar a trabalhar mais tarde. Por exemplo: você pode preferir terminar o ensino médio e, em seguida, participar de um programa de intercâmbio, para somente depois, na volta ao Brasil, pensar em começar um cursinho e, enfim, escolher sua carreira.

Numa outra situação hipotética, você pode se casar e ter filhos, não necessariamente nesta ordem, e por isso ter que priorizar sua família, pelo menos neste momento. Tudo bem que isto não está nos seus planos hoje, mas pode acontecer! Você pode também ter dificuldades para conciliar sua faculdade com um estágio ou, ainda, numa hipótese mais pessimista, não conseguir espaço neste mercado, mesmo tendo cursado uma boa faculdade, e talvez até uma especialização.

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Questão de escolha

Há casos em que a pessoa adia o seu sonho de exercer uma carreira, por não ter condições, naquele determinado momento, de realizar seus objetivos. Porém, os deixa “arquivados” em sua memória e faz deles uma meta de vida. Este é o caso de Valquíria Arévolo, 41 anos, recém-formada em odontologia pela Universidade Metodista de São Paulo. Valquíria adiou o seu sonho, mas planejou, e muito, sua realização.

Durante 15 anos trabalhou na área de Recursos Humanos de uma multinacional. Com educação superior completa, fez cursos neste segmento e cresceu bastante profissionalmente. Porém, com este crescimento, e maior maturidade, ela pode planejar seu futuro, retomando a idéia de ingressar novamente numa faculdade. Para isso, teve que começar por um cursinho pré-vestibular.

Claro que o apoio da família foi fundamental neste processo. Afinal, continuou trabalhando e levando os estudos, mesmo casada e com dois filhos pequenos. Hoje pode se dedicar exclusivamente à família e à nova profissão, e começa a atender seus primeiros pacientes. “Foi um período difícil, mas pude com isso realizar o sonho de ter mais qualidade de vida e tempo para conciliar carreira e vida pessoal”, declara.

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Dificuldade ou oportunidade?

Casos como este servem para mostrar que muitas vezes a dificuldade enfrentada hoje, seja financeira ou pessoal, não deve ser vista como um obstáculo para a realização de um sonho. É claro que é preciso muito preparo para isso, até psicológico.

Você poderá enfrentar algumas situações que, para muitos, pode ser encarada como embaraçosa: freqüentar um cursinho, e depois uma faculdade, com muito mais idade do que a média da sala, é um deles.

Há ainda outro ponto a ser encarado de frente: no mundo corporativo a questão “idade” ainda não é muito bem aceita. Existe ainda, talvez de forma mais camuflada, certo preconceito com relação à idade nas empresas. Por esta razão, é preciso estar preparado e merecer realmente um espaço garantido.

Para o prof Richard Lucht, Diretor de Serviços da Pós Graduação da ESPM, a idade não deveria ser um critério de escolha das empresas. “A competência e a vitalidade não dependem da idade. Portanto, é ideal que o profissional mostre, acima de tudo, que dá conta do recado e apresenta bom desempenho em um ambiente competitivo”, conclui.