Quase 65% dos trabalhadores urbanos ganham até R$ 1.050

Além disso, estudo constatou que caiu proporção dos empregados das cidades, de 54,3% em 1980 para 49,2% em 2005

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Quase 65% dos trabalhadores urbanos brasileiros ganham até R$ 1.050 mensais. A informação consta no livro “Atlas da Nova Estratificação Social do Brasil – Trabalhadores Urbanos, Ocupação e Queda na Renda”, lançado na última terça-feira (21) em São Paulo.

A obra é assinada pelos economistas Márcio Pochmann, Alexandre Guerra, Ricardo Amorim e Ronnie Aldrin.

Restante dos empregados

Ainda de acordo com o título – o segundo de uma seqüência de cinco que serão escritos -, quase um quinto do restante desses empregados (18,2%) recebe mensalmente de R$ 1.050 a R$ 1.750 (de três a cinco mínimos).

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Outros 12,9% ganham de R$ 1.751 a R$ 3.500 (de cinco a dez salários); 3,7%, de R$ 3.501 a R$ 7 mil (de dez a vinte). Salário acima de 20 mínimos só é realidade para 1,1%.

Sem surpresa

“Os dados revelados não foram surpresa”, afirmou Pochmann, que é professor da Universidade de Campinas. Além da distribuição de renda, o levantamento mostrou que caiu a parcela de pessoas que trabalham nas cidades.

Enquanto até os anos de 1980 o contingente de trabalhadores em centros urbanos era de 54,3% do total, somando cerca de 27,7 milhões de brasileiros, em 2005 essa parcela caiu para 49,2% dos empregados, atingindo 33,6 milhões.

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Outras atividades

“As pessoas saíram da condição de trabalhador urbano e foram direcionados a outros tipos de atividades”, explicou o docente. Caso a proporção da década de 80 tivesse sido mantida, seriam 11,3 milhões a mais de trabalhadores na zona urbana. “Essas pessoas ou estão na zona rural, em setores intermediários, desempregados ou atuam como agregados sociais”, explicou.

Agregados sociais são funcionários particulares das faixas de renda mais altas, como motoristas, domésticos, etc. “Esse cenário está associado ao baixo crescimento da economia. Não foi possível criar postos de trabalho condizentes com esses trabalhadores urbanos”, finalizou Pochmann.