Quanto dinheiro ganha PewDiePie, primeiro Youtuber com 100 milhões de inscritos

O sueco Felix Kjellberg faturou milhões gravando vídeos jogando videogames desde 2010

Allan Gavioli

(Reprodução/YouTube)

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SÃO PAULO – O sueco Felix Kjellberg, conhecido como “PewDiePie” acaba de se tornar a primeira pessoa física a atingir 100 milhões de inscritos no YouTube – um marco na plataforma de vídeo. Até então, apenas a gravadora indiana T-Series tinha esse número de assinantes.

O canal “PewDiePie” foi lançado em abril de 2010. O YouTube, por meio do seu Twitter oficial, comemorou a mais recente conquista com uma breve linha do tempo de seu crescimento. Atualmente, de acordo com a Forbes, o patrimônio líquido atual de Kjellberg está entre US$ 40 e US$ 50 milhões.

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O PewDiePie abandonou a Universidade de Tecnologia de Chalmers em 2011 para se concentrar nos vídeos para internet e alcançou seus primeiro milhão de inscritos no fim de 2012. O canal concentra-se em conteúdo sobre videogame com uma mistura de vídeos de reações aos jogos e humor.

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Em agosto de 2013, o canal foi o que registrou o maior número de inscrições em um único ano na história da plataforma. Naquele ano, de acordo com as estimativas do Wall Street Journal, o PewDiePie faturou US$ 4 milhões.

Até o final daquele 2013, ele havia alcançado 20 milhões de inscritos. No período de um ano, o Youtuber somou, em média, mais de 1,2 milhão de inscritos por mês, como mostra o estudo Purple Moon Promo, companhia britânica especializada em marketing digital.

Doze meses depois, em setembro de 2014, ele alcançou 33 milhões de inscritos e teve 4,1 bilhões de visualizações em um único ano.

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De acordo com as estimativas da Money Nations, o patrimônio líquido da PewDiePie subiu para US$ 55 milhões naquele ano. Ou seja, em um ano, o Youtuber aumentou em US$ 49 milhões seu patrimônio, se comparados aos US$ 4 milhões que acumulou em 2013.

Em setembro de 2015, seu canal no YouTube tornou-se o primeiro a receber 10 bilhões de visualizações totais. Ele apareceu no mês seguinte na lista das personalidades mais ricas do YouTube da Forbes – uma façanha que repetiu no ano seguinte. Pelas estimativas da Forbes, o sueco recebeu US$ 12 milhões em 2015. Segundo a Money Nation, isso ajudou a aumentar seu patrimônio líquido para US$ 68 milhões.

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Em 2016, a PewDiePie lançou uma série “Scare PewDiePie” para o serviço de assinatura do YouTube, o YouTube Red. Obviamente, essa virou uma outra fonte de renda. Em dezembro, seu canal principal se tornou o primeiro do YouTube a atingir 50 milhões de inscritos.

A Money Nation continuou os cálculos para estimar seu patrimônio líquido e o colocou em US$ 90 milhões em 2016. Para efeito de comparação, isso equivale a 2,5 vezes o de Hillary Clinton, então candidata à presidência dos Estados Unidos na época.

No mesmo ano, durante uma transmissão ao vivo, o YouTuber decidiu pesquisar sobre si no Google, a pedidos dos inscritos, e leu em um site que dizia que seus ganhos eram cerca de US$ 3 mil por hora.

Em resposta, o Kjellberg disse: “Não sei exatamente quanto ganho por dia, mas isso [US$ 3 mil] não parece muito distante, eu acho. O que é muito louco quando você pensa sobre isso”.

Como funcionam os ganhos no YouTube

Ainda de acordo com a Money Nation, os ganhos somados de PewDiePie apenas com suas visualizações no YouTube são de US$ 114 milhões. Toda vez que alguém assiste a um vídeo do YouTube e vê um anúncio, parte do dinheiro que o anunciante pagou ao YouTube fica com quem administra o canal. O YouTube calcula esse pagamento usando um modelo de CPM (cliques por mil).

O modelo CPM paga aos youtubers uma certa quantia de dinheiro para cada 1.000 visualizações que um anúncio recebe em um de seus canais. O Youtube não divulga exatamente quanto a paga a cada mil visualizações, mas, de acordo com os especialistas em marketing digital da Purple Moon, o valor fica entre US$ 0,5 e US$ 2,00.

Os vídeos de PewDiePie têm em média 544 milhões de visualizações por mês. Seguindo essa lógica, Kjellberg provavelmente ganha entre US$ 1,1 e US$ 1,8 milhão apenas a partir das visualizações na plataforma.

Para além disso, muitas marcas contratam YouTubers para vídeos patrocinados, o que também pode ter sido uma boa fonte de receita para o sueco ao longo dos anos. Ele tem parceria com pelo menos duas grandes empresas dentro do universo de games.

Além dos anúncios

O produtor de conteúdo também ganhou quase US$ 42 milhões vendendo produtos de sua marca para uma base enorme de fãs ao redor do mundo. Os itens oferecidos em sua loja são, em grande maioria, peças de vestuário, como camisetas e moletons, mas o catálogo também se estende por acessórios decorativos, como adesivos do canal, por exemplo.

Ele até escreveu e publicou um livro em 2015, que alcançou instantaneamente a posição número 1 para jovens adultos na lista de best sellers do New York Times.

Além dessas fontes de renda, contratos de exclusividade com plataformas de streaming também rendem ao sueco pagamentos excelentes. No início de 2019, Kjellberg trocou o Twitch pelo DLive. O pagamento pela transferência girou em torno dos US$ 15 milhões.

Envolto em polêmicas

A frase “Subscribe to PewDiePie” (Inscreva-se no PewDiePie, em tradução livre) tornou-se polêmica no início deste ano, depois que um homem que matou 51 pessoas em duas mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia, disse essas palavras durante uma transmissão ao vivo do tiroteio.

O Youtuber pediu aos fãs que parassem de usar a frase e disse que se sentia “absolutamente enjoado” por ter seu nome usado durante o ataque.

PewDiePie também foi acusado separadamente de racismo em vários escândalos nos últimos anos. Em 2017, o Youtuber perdeu uma parceria com a Disney depois que o The Wall Street Journal destacou vários casos de Kjellberg fazendo piadas antissemitas durante suas transmissões. Mais tarde naquele ano, ele proferiu uma ofensa racial durante um discurso em uma transmissão ao vivo. O sueco pediu desculpas por seu comportamento nesses incidentes e continua negando que seja racista.

Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.