Qualidade x quantidade de trabalho: variáveis inversamente proporcionais!

No final de ano, o duelo entre quantidade e qualidade fica ainda mais intenso, ainda mais com a crise global

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Final de ano é correria nas empresas. É preciso adiantar trabalho, atender a uma demanda maior de consumidores, fornecedores e clientes e ainda cobrir aquele colega que está de férias. Agora, final de ano com crise é muito mais correria. “Algumas empresas diminuíram seu quadro de funcionários por conta da crise e as pessoas estão fazendo mais do que dão conta”, explicou o headhunter e presidente da Junto Fast Recruitment, Ricardo Nogueira.

Para exemplificar, na terça-feira (3), a Vale, após ter anunciado corte de aproximadamente 10% em sua produção, confirmou que demitirá cerca de 1.300 funcionários em suas unidades espalhadas ao redor do mundo. Cerca de 20% deste contingente opera nas minas do estado de Minas Gerais.

No dia seguinte, foi a vez da AT&T, que anunciou a redução de 12 mil trabalhadores, cerca de 4% de sua força de trabalho total, para reduzir gastos e enfrentar os impactos da desaceleração econômica e da crise de crédito internacional.

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Qualidade versus quantidade

Com tudo isso, de acordo com o headhunter, aquele duelo entre a quantidade e a qualidade do trabalho, que realmente existe, fica ainda mais intenso. Em vez de uma hora para fazer a atividade, você terá meia. Com menos tempo, você acaba se dedicando menos à atividade e a qualidade… diminui!

Diante dessa briga entre quantidade e qualidade, é preciso encontrar um bom senso. “Ele é a resposta. Tem que entregar a quantidade que pode dar conta com a qualidade que é exigida”, explicou o headhunter.

Para o líder, vale a dica: “tem de saber para quem vai entregar a atividade. Será que se eu passar este trabalho extra ele vai conseguir me entregar?”, disse Nogueira, sobre a indagação que o chefe deve fazer.

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Já o liderado tem de assumir compromissos que possa cumprir com a qualidade cobrada. “Uma coisa é você ter inteligência e possibilidade de absorver novas missões. Outra é você, por uma expectativa de agradar o chefe, abraçar desafios que não pode atender”. Nogueira conclui que, como conseqüência, funcionário e empresa acabam frustados.

Mão na massa

Neste final de ano, com crise, e com uma demanda muito grande de trabalho para fazer num espaço curto de tempo, o profissional mais demandado é o “hands on”, ou que coloca a mão na massa, característica que vem sido valorizada há tempos, diante de um processo contínuo das empresas de cortar funcionários.

“Por isso, o profissional tem que ser mais generalista também. Um diretor de RH tem que saber de seleção/recrutamento, política de cargos e salário, departamento pessoal e etc. As empresas não pedem para as pessoas aprenderem tudo isso. Quem sabe um pouco mais se destaca e a crise financeira coloca uma pimenta em tudo isso”.