Qualidade de vida: ela interfere na hora de escolher a profissão?

Psicóloga explica que tudo começa com a liberdade de escolha, que aumenta as chances de se ter qualidade de vida

Viviam Klanfer Nunes

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SÃO PAULO – A qualidade de vida é um dos principais focos de preocupação dos profissionais. Equilibrar vida profissional e pessoal, ser menos sedentário e evitar o estresse são objetivos constantes dos trabalhadores. Mas será que a preocupação com a qualidade de vida já deve ser levada em consideração desde o início, ou seja, quando o jovem ainda está escolhendo para qual profissão deseja dedicar os anos ativos de sua vida?

A psicóloga clínica e consultora profissional Margarida Chagas explica que tudo começa com a liberdade de escolha, ou seja, se o jovem puder optar por qual profissão deseja seguir, as chances de ter uma vida profissional com qualidade serão muito maiores.

“Poder escolher já quer dizer que ele está em um processo de qualidade de vida”, diz Margarida. Na prática, quando as pessoas escolhem a profissão de que realmente gostam, terão mais prazer em executá-la, e, portanto, serão mais felizes e bem-sucedidas. E é isso um dos elementos que configuram a qualidade de vida.

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Qualidade de vida versus carga horária de trabalho
Não deixar que fatores como a remuneração o influencie na tomada da decisão também é importante. Quanto você vai ganhar deve, sim, ser considerado, mas não deve ser o elemento fundamental, mesmo porque, se optar por uma carreira que aparentemente traz bons retornos financeiros, mas sem ter afinidade com ela, o profissional não vai conseguir se dedicar, o que possivelmente vai limitar os ganhos.

De que outras formas a qualidade de vida deve ser ponderada na hora de escolher uma carreira? Margarida explica que, se um estudante está na dúvida se segue ou não a carreira de Medicina, por exemplo, pois essa profissão é largamente conhecida por exigir que o profissional esteja sempre disponível, ele deve ponderar alguns fatores.

Primeiro, se está em dúvida pela carreira porque ela vai exigir muito trabalho, “talvez não esteja tão definido profissionalmente”, diz Margarida. Em segundo lugar, qualidade de vida não deve ser confundida com carga horária de trabalho. Qualidade de vida não é sinônimo de trabalhar pouco, mas sim de estar realizado em uma determinada profissão.

Na prática, se você deseja ter qualidade de vida na sua vida profissional, não pense que optar por uma carreira que não exija muito em termos de carga de trabalho é o caminho para atingir essa situação. Se você, por exemplo, valoriza muito seus finais de semana, mas a carreira que você gostaria de seguir é conhecida por exigir que se trabalhe aos sábados e domingos, lembre-se de que, dentro de cada profissão, há vários campos de atuação. 

Isso quer dizer que, seguindo uma mesma profissão, você pode encontrar tanto oportunidades em que dificilmente trabalhará aos finais de semana, como outras em que terá de trabalhar em praticamente todos eles. Um outro exemplo é quando a mesma profissão exige muitas viagens ou nenhuma, dependendo da empresa e da área que você seguir. “O mais importante para se obter qualidade de vida é fazer o que você gosta”, finaliza Margarida.