Qual é o papel das empresas na qualificação dos funcionários?

"É um pouco cômodo, por parte das empresas, não investir na qualificação de colaboradores", diz coordenador do Grupo Foco

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Os executivos brasileiros alegam que suas equipes não são produtivas como poderiam, por conta da falta de qualificação profissional. Mas até que ponto essa reclamação tem fundamento?

De acordo a pesquisa anual da Proudfoot Consulting, que contou com a participação de 462 executivos de 10 países – Alemanha, Austrália, Áustria, Brasil, Canadá, Estados Unidos, Espanha, França, Portugal e Reino Unido – e foi realizada no primeiro semestre de 2007, de fato, no Brasil, dos 250 dias úteis em 2006, 34% foram improdutivos, isto é, 85 dias foram desperdiçados.

E as principais causas apontadas pelos executivos para esse resultado negativo foram falta de profissionais qualificados (23%) e de uma gerência proativa (21%). Apenas a título de comparação, somente 12% do total de respondentes de todos os demais países citaram a qualificação imprópria da força de trabalho como um dos entraves à produtividade.

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Empresas não querem gastar

Na avaliação do coordenador de Recursos Humanos do Grupo Foco, Gustavo Nascimento, essa é uma realidade de mercado: as empresas querem profissionais qualificados, prontos, e não querem gastar com a capacitação deles. Contudo, elas deveriam entender que é necessário desenvolvê-los.

“É um pouco cômodo, por parte das empresas, não investir na qualificação de seus colaboradores. Algumas até o fazem, mas de forma assistencialista”, afirma. “Hoje em dia, há recursos que permitem uma capacitação rápida, como os treinamentos desenvolvidos internamente, que são realizados via Internet.”

Além disso, sairia mais em conta para a empresa capacitar um funcionário. “Quando ela contrata um profissional ‘pronto’, do mercado, acaba tendo que pagar um salário mais alto”, diz o consultor. E bons funcionários são essenciais para que uma empresa saia na frente da concorrência.

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O coordenador cita ainda outras alternativas às companhias: as parcerias com instituições de ensino, que podem oferecer descontos aos alunos, e os cursos in company. “O primeiro é um estímulo e o segundo praticamente obriga os funcionários a buscar capacitação.”

Negociação

Porém, na visão de Nascimento, a culpa também é dos profissionais, que deveriam cobrar essa postura da contratante. “Os colaboradores têm como cobrar os programas de apoio e capacitação. Por exemplo, as parcerias com instituições de ensino não são difíceis de conseguir e as universidades estão abertas a iniciativas como essa, pois é interesse delas angariar mais alunos”, alerta.

Uma justificativa óbvia é a de que, sem os melhores profissionais, uma empresa não acompanha o ritmo do mercado e pode acabar fechando as portas. Ele finaliza avisando que, para quem procura uma empresa que apóie a capacitação, as multinacionais estão mais avançadas nesse sentido.