Quais são os sinais de que estou prestes a ser demitido?

Você pode não gostar do excesso de reuniões, mas ser menos convocado para participar delas pode ser um sinal negativo

Giovanna Sutto

Ilustração mostra funcionário recolhendo itens pessoais após ser demitido

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Dúvida do leitor: “Quais são os sinais de que estou prestes a ser demitido?” 

Resposta de Rebeca Toyama*:

O cenário de incerteza que se desenrola desde o início da pandemia tem afetado não só a vida das pessoas, como das organizações de diversos setores ao redor do mundo.

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Nesse contexto, milhares de empresas se viram obrigadas a desligar colaboradores, uma decisão que não é fácil para quem demite e muito menos para quem é desligado, que além da dor emocional sofre com o prejuízo financeiro.

Diante disso, observando esse momento delicado em que gestores e empresas, muitas vezes por não saberem lidar com tal situação, realizam essa importante passagem na vida de um profissional sem o devido cuidado, preparei algumas dicas com os principais sinais de que seu nome pode estar na próxima lista de desligamentos:

1. Seu gestor começa a evitar contato direto

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Aqui se trata, principalmente, do visual, o famoso olho no olho. A mudança na comunicação não verbal é um dos primeiros fatores que podem ser observados. Mesmo que à distância, agora com as reuniões acontecendo de maneira remota, é possível que o gestor comece a evitar ligações, e-mails ou mensagens diretamente a você.

2. Você passa a ser menos convocado em reuniões

Você fica sabendo de reuniões depois que acontecem, ou quando alguém pergunta de algo que ocorreu achando que você estava a par da situação. Esse é outro sinal de que seus dias na instituição podem estar contados.

3. Sua opinião ou participação em novos projetos começa a ser dispensada

Esse tópico está diretamente relacionado ao ponto anterior. Como você já não participa de eventos importantes, sua opinião também passa a ser desconsiderada e você começa a se sentir deixado de lado. Tarefas que faziam parte do seu trabalho são solicitadas a outros colegas, outro sinal de que as coisas podem não estar bem.

4. Aproximação de pessoas para entender onde estão certas informações sem um motivo expresso

Subitamente você passa a ser consultado por outros colaboradores ou gestores sobre coisas que dizem respeito ao que você faz. Pode ser onde estão senhas ou planilhas que sejam do seu cotidiano. Ou até mesmo informações referentes ao seu trabalho direto. Essa pode ser uma forma de sondar suas entregas e como delegá-las a outras pessoas.

5. A forma de tratamento ou o tom de voz do gestor muda

Frio, desinteressado ou agressivo. Seu gestor começa a tratá-lo de forma diferente do que fazia antes, sem nenhum motivo aparente. Essa mudança repentina pode ser por não conseguir lidar com a situação ou na intenção de se distanciar também.

Conselhos

Ainda que sejam situações complicadas e muitas vezes causadas por empresas e líderes que não estão preparados para fazer o desligamento de forma cuidadosa e respeitosa, preparei algumas dicas para que você possa encarar a situação de maneira mais leve.

1. Mantenha a calma, não é a primeira e não será a última vez que você passa por algum tipo de mudança

Agora é a hora de manter a mente equilibrada e tranquila para poder enfrentar isso sem causar mais transtornos para si mesmo e para os outros. Respirar profundamente e se reconectar consigo mesmo costuma ser um bom recomeço.

2. Anote prós e contras do desligamento e da permanência no emprego

A ideia é comparar os lados, então não pare de anotar até que a lista esteja equilibrada. Pode ser que o estresse das situações que você está enfrentando não permita que você veja pontos positivos ou oportunidades que venham a surgir com o seu desligamento. O exercício de escrever os prós e contras pode colocar as questões em perspectiva e te ajudar a ver o momento com outros olhos.

3. Converse com pessoas, de preferência experientes ou maduras, que passaram de forma positiva por situação semelhante

Como comentei anteriormente, muitas pessoas neste momento estão enfrentando situação equivalente à sua.

Quem sabe não há alguém na sua família e no seu círculo de amigos que passou por isso e conseguiu enxergar possibilidades e alternativas que você ainda não vislumbrou? Isso pode te ajudar a encontrar oportunidades nesse cenário.

4. Depois de realizar os passos acima e de ter tido uma noite bem dormida, procure seu gestor para uma conversa madura e transparente 

Um dos maiores geradores de estresse é a incerteza. Portanto, procurar seu gestor ou, se isso não for possível, um profissional do RH, para entender melhor o cenário e as intenções sobre seu futuro profissional é um sinal de maturidade e sanidade.

Por mais que seja assustador o tema demissão, nossa imaginação fértil pode ser mais cruel do que o fato em si.

5. Ressignifique sua história profissional

Abra espaço na sua agenda para novos hábitos, amplie seu networking e mostre para sua mente que existe muito mais vida fora da sua empresa do que dentro dela. Isso vai te ajudar a ampliar seus horizontes profissionais e pessoais e, principalmente, lidar com uma possível perda.

Ainda que o momento seja complicado e que estejamos todos passando por dificuldades de alguma ordem em nossas rotinas, espero que minhas dicas ajudem você lidar melhor com essa situação.

Se for possível, pode ser interessante procurar um profissional que o ajude a entender seu momento e sua trajetória profissional, planejar seus próximos passos, fortalecer seu autoconhecimento e ter clareza sobre suas competências técnicas e comportamentais, também conhecidas como hard and soft skills, respectivamente.

Como mensagem final, vale destacar que autocuidado nessa hora é como canja de galinha, não faz mal a ninguém, portanto, precisa ser incluído em sua rotina. Quando empregado, para garantir a qualidade de suas entregas e, quando desempregado, para garantir um bom desempenho em sua recolocação.

Quer tirar alguma dúvida sobre carreira? Envie sua pergunta para o e-mail carreira@infomoney.com.br. A próxima resposta dos nossos especialistas pode ser a sua!

*Rebeca Toyama é especialista em estratégia de carreira e educação corporativa. Mentora e palestrante formada em administração, psicologia, marketing e tecnologia. 

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.