Profissional superqualificado: quem é ele e como é visto pelas empresas?

No Brasil, ele possui pós-graduação e MBA e se atualiza a cada seis meses, por meio de palestras, cursos e eventos

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Denominado em inglês como overqualified, o profissional superqualificado está em falta no Brasil. De acordo com o gerente de projetos em Recursos Humanos da consultoria Grupo Soma, Celso Eduardo Silva, poucas pessoas conseguem chegar a este nível e as empresas sentem uma lacuna de profissionais para ocupar os cargos mais altos.

No Brasil, o superqualificado tem níveis de inteligência e de qualificação altos, unidos a uma grande experiência no mercado de trabalho e histórico de resultados nas empresas pelas quais passou.

“Possui pós-graduação e MBA [Master Business Administration]. A cada seis meses, está se atualizando em cursos, palestras e eventos. Tem conhecimento intelectual, experiência e um comportamento satisfatório”, afirmou Silva.

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Visão das empresas

De acordo com o gerente, as grandes empresas notam a qualificação destes profissionais e vão fazer um plano de carreira para que eles continuem dentro delas. Já as pequenas e médias, apesar de os verem com “bons olhos”, muitas vezes não possuem capacidade financeira para mantê-los.

“Eles são muito mais caros, mas os resultados são mais evidentes. As pequenas e médias não conseguem esperar até que eles comecem a dar resultados, ou retorno financeiro, então acabam contratando pessoas em início de carreira ou menos capacitadas”.

Quando procura um cargo que exige conhecimento inferior, dificilmente o profissional superqualificado será aceito. A empresa tem visão de que a vaga que oferece será passageira e que, diante de qualquer proposta, ele irá embora. “Com certeza, neste caso, será visto como investimento de risco”.

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Futuro promissor

De acordo com o presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Márcio Pochmann, o crescimento econômico do Brasil poderá provocar um aumento no número de empregos com carteira assinada que remuneram bem e protegem o trabalhador.

Para ele, a tendência é haver procura por trabalhadores com melhor formação e com um salário melhor. “Isso certamente vai implicar escassez de mão-de-obra e falta de trabalhadores em determinadas profissões”, disse, segundo a Agência Brasil.

Os profissionais devem aproveitar essa lacuna no mercado de trabalho e investir em qualificação, seja por meio de um curso de pós-graduação, seja pela aprendizagem de línguas, para que consigam conquistar uma boa vaga.