Profissionais negros continuam ganhando menos do que os demais

Em São Paulo, no ano passado, o rendimento médio dos negros correspondeu a apenas 61,7% do recebido pelos não negros

Karla Santana Mamona

Mulher negra na liderança

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SÃO PAULO – Um levantamento divulgado nesta segunda-feira (19) pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) revelou que o rendimento médio dos trabalhadores negros, apesar de crescido em quase todas as Regiões Metropolitanas no País, continua inferior aos demais.

Para ter uma ideia, na Região Metropolitana de São Paulo, no ano passado, os negros ocupados trabalharam a mesma jornada média de 42 horas semanais e o seu rendimento mensal correspondeu a apenas 61,7% do recebido pelos não negros. Em Salvador, o indicador é de 60,9%.

As situações menos desiguais, no que diz respeito a rendimentos, foram encontradas em Fortaleza e Porto Alegre, onde os valores das horas trabalhadas dos ocupados negros equivaliam a 73,3% e 70,6% dos não negros, respectivamente.

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Mulheres
Ao analisar a situação das mulheres, os dados revelam que rendimento por hora delas é, em média, inferior ao dos homens em todas as regiões pesquisadas. E quando os rendimentos médios das mulheres negras são comparados aos dos homens não negros, que têm remunerações bem maiores, o Dieese afirma que a duplicidade de discriminação – raça/cor e gênero – fica evidente.

Em todas as regiões analisadas, o rendimento médio real por hora trabalhada das mulheres negras ocupadas correspondeu no máximo a 58,3%, em Porto Alegre, e 58,6%, em Fortaleza, do valor auferido pelos homens não negros.

No Distrito Federal e na Região Metropolitana de São Paulo, o valor da hora trabalhada das mulheres negras não representava 50% do recebido pelos homens não negros. Conforme a tabela abaixo:

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Proporção dos rendimentos médios reais por hora
Região Homens não Negros Mulheres não Negras Homens Negros Mulheres Negras
*Dieese
Belo Horizonte 100 84,1 57,4 51,2
Distrito Federal 100 76,2 63,8 49,5
Fortaleza 100 79,1 72.9 58,6
Porto Alegre 100 82,6 71,2 58,3
Recife 100 82 64,6 51,6
Salvador 100 83,3 61,3 51
São Paulo 100 76 60,1 47,8