Profissionais estão mais responsáveis por suas carreiras: qual o risco disso?

No passado, carreira ficava mais "nas mãos" do empregador, mas hoje é diferente; risco é de pessoa ficar perdida

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – No passado, quanto mais tempo uma pessoa trabalhava em uma empresa, mais ela era remunerada e promovida. Por isso, a carreira dela ficava nas mãos dos empregadores. Na década de 1980, por sua vez, tudo mudou.

“A descrição de cargos vira moda nas grandes empresas, com o objetivo de promover planos de carreira aos seus colaboradores. Mas, como nem todos desejavam e tinham aptidão para assumir um cargo de chefia, surge a carreira em Y, que dá opção de seguir dois caminhos diferentes, ser promovido para um cargo de chefia ou se tornar um especialista”, explicou o coach executivo e de equipes, Carlos Cruz.

A partir da década de 1990, com a globalização e as novas tecnologias, surge a necessidade de adaptação a tais fatores por parte das empresas e dos profissionais. Então, o tema central passa a ser “empregabilidade”.

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“Atualmente, quem compete no mercado de trabalho investe mais por conta própria na formação, negocia seu talento com mais desenvoltura e assume total responsabilidade pelo seu plano de carreira, independentemente da empresa em que trabalha”, completou o coach.

Como fazer isso?

O desafio em promover a própria carreira é se autoconhecer, na opinião de Cruz. Se ele não fizer isso, pode cair em armadilhas, executando trabalhos que demandam pouco de seus pontos fortes e muito de seus pontos fracos. Ele acaba por perder o foco na carreira e por ter uma visão limitada das possibilidades que surgem.

Os profissionais precisam, de acordo com o coach, orientar suas carreiras com autonomia, sem pensar somente nos planos de cargos e salários da empresa em que atua. “Procure explorar oportunidades dentro e fora da empresa, em busca de tendências e de opções alinhadas com seus objetivos”.

Para isso, é preciso um plano de carreira. Responda sempre à pergunta: “Como posso estar me realizando profissionalmente daqui a dois, cinco ou 10 anos? Em seguida, trace objetivos secundários. Crise metas de curto prazo, que serão indicativos de sucesso”.

“Revise, constantemente, o seu plano de carreira, verificando se os indicadores de sucesso estão sendo alcançados e, em caso positivo, comemore. Esteja aberto aos resultados e, se for preciso, mude”, finalizou Cruz.