Profissionais do RJ e SP são os que mais demoram para chegar ao trabalho

Pesquisa do Ipea mostra que 56,1% dos trabalhadores do RJ e 55,6% de SP demoram mais de 30 minutos para completar percurso

Camila F. de Mendonça

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SÃO PAULO – Os trabalhadores cariocas e paulistanos são os que mais demoram para chegar ao trabalho, mostra pesquisa realizada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre mobilidade urbana, com base na Pnad 2009 (Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar).

Segundo o levantamento, 56,1% dos trabalhadores do Rio de Janeiro demoram mais de 30 minutos para chegar ao local de trabalho. Em São Paulo, 55,6% demoram acima desse tempo para fazer o percurso casa-trabalho.

Demora
Na faixa dos profissionais que demoram mais de 60 minutos, as duas cidades lideram: 23% dos paulistanos demoram mais que uma hora para chegar ao trabalho. O percentual entre os cariocas é de 22%.

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Considerando a faixa entre 30 e 60 minutos, os trabalhadores de Brasília são os que mais demoram a completar o trajeto: 37,1% demoram esse tempo. Nessa faixa de tempo, os recifenses são os que apresentaram o menor percentual: 25,8% disseram que demoram entre 30 e 60 minutos para chegar ao trabalho.

Os profissionais de Porto Alegre são os que demoram menos para completar o percurso, uma vez que 67,2% deles demoram até 30 minutos para chegar ao local de trabalho. Em média, apenas 32,8% demoram mais que esse tempo para percorrer o trajeto.

Tempo de percurso casa-trabalho 
Regiões Metropolitanas   Até 30 min.   De 30 a 60 min.   Mais de 60 min. 
Porto Alegre  67,2% 26,9% 5,9%
Fortaleza 62,9% 25,8% 11,3%
Belém 60,1% 30,9% 9%
Curitiba  59,7% 29,1% 11,1%
Salvador 56,5% 31,3% 12,2%
Belo Horizonte 55,8% 31,1% 13,2%
Recife 53,6% 33,8% 12,7%
Brasília  51,4% 37,1% 11,5%
São Paulo  44,4% 32,6% 23%
Rio de Janeiro  43,9% 34,1% 22%

Veículo próprio x transporte público
Os pesquisadores do Ipea identificaram que os maiores percentuais de trabalhadores com deslocamento inferior a 30 minutos estão entre os que dispõem de automóvel e motocicleta no domicílio, ao mesmo tempo em que os menores percentuais são encontrados entre aqueles que não possuem veículo privado.

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“Isso pode indicar que, mesmo com o aumento do tráfego urbano prejudicando o tempo de percurso de todos, as pessoas que não possuem veículo privado e, portanto, dependem de transporte público, sofrem um impacto de tempo maior que o dos demais”, avaliam os pesquisadores.

Na tabela abaixo, é possível conferir a relação entre o tempo de transporte da casa para o trabalho e a renda dos trabalhadores das regiões metropolitanas analisadas pela pesquisa. 

Tempo gasto no deslocamento casa-trabalho (Reg. Metrop.) por renda
Renda per capita  Até 30 min. De 30 a 60 min.  De 1 a 2 h Mais de 2 h
Sem renda  58,4%                  27,4%                     –                     14,2%              
Até 1/4 salário mínimo  62% 24% 11,6% 2,4%
De 1/4 até 1/2 SM 53,5% 28,6% 15% 2,9%
De 1/2 a 1 SM 50% 31,4% 15,7% 2,9%
De 1 a 2 SM 47,6% 34,5% 15,3% 2,7%
De 2 a 3 SM  50,2% 32,4% 15,2% 2,2%
De 3 a 5 SM 54% 31,5% 12,2% 2,2%
Mais de 5 SM 60,2% 29,3% 9% 1,5%
Total  51,1% 31,9% 14,5% 2,6%