Profissão: expansão da construção civil aumenta demanda por paisagista

Outro motivo que faz aumentar a busca por profissional é uma maior importância da preservação ambiental

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – A expansão do mercado imobiliário não traz apenas oportunidades de emprego para pedreiros e engenheiros, profissionais bastante lembrados quando o assunto é construção civil. Carreira pouco tradicional no Brasil, o paisagismo também é demandado com o crescimento do setor, mas sofre com uma realidade que aflige todo o País: a falta de pessoas para ocupar as vagas em aberto.

A busca por esses profissionais se torna ainda mais acirrada quando considerado o fato de a responsabilidade ambiental estar na moda. Prédios, condomínios fechados e residências abusam do verde em busca do equilíbrio com a natureza. De acordo com Sergio Santana, paisagista formado pela Louisianna State University, a ausência de profissionais tem forçado as empresas a buscarem pessoas no exterior.

Outro efeito da realidade, porém positivo, é a inflação dos salários. “Atualmente, o salário do arquiteto paisagista está praticamente compatível com o dos arquitetos. Quando ingressa na área, pode ser que o salário não seja tão alto, mas, após três anos, chega à faixa de R$ 4 mil”, explica.

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Para seguir a profissão no País, o interessado tem que ser praticamente auto-didata. “Nos outros países, a arquitetura da paisagem é lecionada em cinco anos, abordando assuntos como projeto paisagístico, urbanismo e botânica. São aspectos importantes para habilitar o estudante a exercer a função de paisagista com desenvoltura, mas para os quais as universidades brasileiras ainda não oferecem um treinamento tão abrangente”, diz.

De acordo com ele, aqui no Brasil, a opção é estudar por conta própria e ingressar num escritório de paisagismo, ambiente propício para aprender e se tornar um profissional da área. Para se dar bem neste mercado, por sua vez, a pessoa deve unir algumas características básicas, como o interesse pela natureza e pela arquitetura.

“Além disso, é desejável que saiba avaliar as condições que o terreno proporciona, e que consiga intervir neste de maneira ampla e positiva, contribuindo para a melhoria do meio ambiente”.

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Desafios

A situação de trabalho tem melhorado com a expansão da construção civil. Hoje, é possível atuar na atividade em várias escalas, desde um jardim íntimo de uma residência até um campo de mais de 3 mil hectares. Mas, apesar de um cenário bastante promissor para a carreira, o paisagismo tem seu desafio: firmar uma indústria do paisagismo no Brasil.

“Temos que improvisar durante o projeto, com o uso de materiais e de plantas, e também não temos uma mão-de-obra intelectual bastante qualificada. Esse é o maior desafio: equacionar um bom projeto com as restrições encontradas”, finaliza.