Presidentes das empresas ainda não atingiram maturidade na carreira

"Poucos distinguem a noção de finitude, o que nos leva a crer que ainda não atingiram a maturidade", diz pesquisadora

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Presidentes de grandes empresas brasileiras ainda não atingiram a maturidade profissional. Isso é o que revela pesquisa realizada pelo Centro de Tecnologia Empresarial (CTE), da Fundação Dom Cabral, com dirigentes de 40 companhias que estão entre as melhores do País.

Todos os presidentes consultados acreditam ter atingido a maturidade, mas a percepção foi adquirida por meio da posição que ocupam e não pelo conhecimento que possuem. Segundo a coordenadora da pesquisa Mariá Giusiese, eles desconhecem seus limites e perspectivas e não demonstram consciência da trajetória percorrida e do impacto de suas escolhas.

“Poucos distinguem a noção de finitude (limitação), o que nos leva a crer que ainda não atingiram a maturidade da carreira”, disse.

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Sucessão

Em outro aspecto que denota maturidade pessoal e profissional, a sucessão, os presidentes tiveram desempenho ruim. A maior parte dos entrevistados (55%) afirma não ter dificuldade em planejar a sucessão, mas poucos (20%) estão efetivamente preocupados com o assunto ou empenhados em realizar esse preparo.

Desenvolvimento

Outro assunto abordado pela pesquisa foi o desenvolvimento pessoal e profissional. Neste caso, os recursos mais utilizados para a promoção do aperfeiçoamento, dentre aqueles que as utilizam, são leituras e cursos, com 70% de respostas cada, de acordo com a tabela abaixo:

Item Respostas
Leitura 70%
Cursos 70%
Networking 55%
Grupos 27%
Participação em eventos 23%
Aconselhamento de carreira 15%
Férias/acompanhamento familiar 15%
Colocando em prática a experiência profissional 12%

Fonte: CTE – Fundação Dom Cabral

A pesquisa ainda mostrou que, quanto à gestão de carreira, menos da metade dos entrevistados recorrem a profissionais especializados, como um coach. Em geral, mencionam encontros informais, com duração irregular e sem programa estruturado. “É nítido o clamor de cada um por ser ouvido em sua essência, o que exige interlocutores experientes, preparados e capacitados para tal desafio”, finaliza Mariá.