Preço médio da cesta básica paulistana mais que dobrou desde o Plano Real

Dados mostraram variação de 170,49%, com cesta passando de R$ 106,40 em junho de 94 para R$ 287,80 em dezembro de 2008

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – O valor médio da cesta básica já variou mais de duas vezes desde a implantação do Plano Real, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (5) pelo Procon-SP. O preço médio da cesta na cidade de São Paulo subiu 170,49%, passando de R$ 106,40 em junho de 1994 para R$ 287,80 em dezembro de 2008.

Já o salário mínimo passou de R$ 64,79 em julho de 1994 para R$ 415 em dezembro do ano passado, uma variação de mais de seis vezes (540,53%).

A pesquisa do Procon-SP leva em consideração o preço de 31 produtos desagregados por marcas, perfazendo um total de 68 itens. Foram apurados 70 supermercados da capital paulista.

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Análise ano a ano

Confira abaixo qual foi o valor da cesta básica desde a implantação do Plano Real, para o fechamento de cada ano, bem como o do salário mínimo:

Valor da cesta básica x salário mínimo em 2008
Ano Custo da cesta básica Valor do salário mínimo
1994 R$ 102,72 R$ 70
1995 R$ 109,88 R$ 100
1996 R$ 109,86 R$ 112
1997 R$ 117,59 R$ 120
1998 R$ 121,93 R$ 130
1999 R$ 139 R$ 136
2000 R$ 141,43 R$ 151
2001 R$ 158,20 R$ 180
2002 R$ 208,40 R$ 200
2003 R$ 214,66 R$ 240
2004 R$ 217,48 R$ 260
2005 R$ 216,37 R$ 300
2006 R$ 215,29 R$ 350
2007 R$ 258,58 R$ 380
2008 R$ 287,80 R$ 415

Fonte: Procon-SP/Dieese

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Os preços dos alimentos dispararam em 2007 e puxaram a inflação medida pelos principais índices. Itens como feijão, carne e leite lideraram as altas de preço e tiveram grande peso na variação da cesta básica.

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O aumento da demanda mundial por alimentos, cuja origem é o processo de urbanização de países asiáticos muito populosos, a exemplo de China e Índia, a alta de commodities e fatores climáticos – secas provocaram queda na produção mundial – também contribuíram para a inflação.

O ano de 2008 começou com a perspectiva de desaceleração no ritmo de alta dos alimentos, mas já se previa que o preço dos grãos no mercado mundial seria um fator de pressão inflacionária. Durante o primeiro semestre, foi isso o que se verificou.

No segundo, a crise financeira global derrubou o preço das commodities, interrompendo o ciclo de alta de preços. “Mas ainda não chegou a ser um alívio total para os consumidores, que continuam sentindo os efeitos da alta dos preços de itens de grande peso na cesta básica”.