Por que a jornada trabalhista de oito horas deveria ser repensada

Diversas frentes e especialistas advogam contra a jornada de trabalho mais utilizada ao redor do mundo

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Criado na revolução industrial, o trabalho assalariado de oito horas diárias permanece uma tradição na maior parte dos países 200 anos depois. Essa prática, porém, vem sendo contestada por estudos, especialistas e práticas isoladas do mercado.

Um estudo publicado em 2014 na Universidade de Stanford descobriu que a produtividade das pessoas tende a cair quando trabalham mais de 48 horas semanais.

A publicação partiu de uma análise do trabalho de britânicos durante a Primeira Grande Guerra Mundial. Logo após a guerra, alguns países reduziram a semana de trabalho a esse número de horas, e aqueles que não o fizeram apresentaram fadiga e estresse, que não apenas reduziam a produtividade como também causavam acidentes, erros e doenças com maior frequência.

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Neste ano, diversas instituições na Suécia passaram a adotar expedientes de 6 horas diárias, com a meta de conseguir mais tarefas feitas em menos tempo e melhorar a qualidade de vida dos funcionários. Uma dessas empresas, o hospital que serviu de parâmetro para pesquisa iniciada em fevereiro de 2015, apresentou resultados animadores tanto para a saúde dos funcionários quanto para os resultados financeiros e de produtividade.

Para a colunista de recursos humanos da Forbes, Liz Ryan, o ritmo de oito horas, adotado como padrão, é ultrapassado e prejudicial. Ela dividiu, em artigo recente, algumas dicas que ajudam a tornar os assalariados mais produtivos no dia a dia.

A principal delas é transformar o dia em blocos pequenos de pouco mais de uma hora (52 minutos de trabalho e 17 de descanso), dentro dos quais devem ser estabelecidas metas. Ela realizou uma pesquisa onde descobriu que as pessoas que mantêm esse calendário têm um nível mais elevado de foco.

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“Somos muito mais eficientes quando focamos no que conseguimos finalizar agora” do que daqui dias, semanas ou meses, explica. Isso acontece porque as pessoas usam picos de energia para concentrar-se durante pouco tempo.

Para colocar isso em prática, ela sugere dividir tarefas grandes em blocos cujo trabalho seja realizável em períodos pequenos. Durante os períodos de produtividade, não se deixe distrair por e-mails, Facebook, entre outros. Ao fim de cada um deles, descanse.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney