Publicidade
SÃO PAULO – Logo depois de formado, trabalhar na empresa de sua família pode ser a arma contra o desemprego. Afinal, além de ter uma vaga no mercado de trabalho, será o local onde terá mais facilidades, certo? Errado.
De acordo com o professor do Ibmec São Paulo, David Kallás, espera-se mais deste profissional do que dos outros, já que ele está diretamente ligado ao patriarca da empresa, pessoa que é respeitada por todos por possuir grande conhecimento, e as conseqüências disto podem ser prejudiciais.
“Ele vai ter que provar mais do que os outros que é competente. Haverá mais pressão e cobrança por resultados por todos os lados, tanto dos colegas de trabalho quanto da própria família que o colocou lá”, disse Kallás.
Masterclass
O Poder da Renda Fixa Turbo
Aprenda na prática como aumentar o seu patrimônio com rentabilidade, simplicidade e segurança (e ainda ganhe 02 presentes do InfoMoney)
Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.
Aliança de gestão e propriedade
Apesar desta desvantagem de trabalhar em uma empresa familiar, um ponto positivo para o membro é o fato da propriedade e gestão estarem aliadas, o que significa que o dono da companhia e sua família são as pessoas que executam e colhem os frutos de seu trabalho.
“Em empresas que isto não acontece, há mais conflito de agentes. Isto significa que o executivo tem um salário e, em algum momento, pode ter conflito de interesse entre aumentar o salário dele ou o lucro do acionista”, afirmou o professor.
Para explicar isto, Kallás deu exemplo de um executivo que pode fechar um bom negócio com resultados de longo prazo, mas despreza-o para investir em outro que fará com que, naquele ano, ele tenha o desempenho desejado pelo acionista.
Continua depois da publicidade
Trabalhar em empresa familiar ainda faz com que você tenha mais confiança naquela pessoa que está em seu projeto. “O conceito é de que um dono de empresa não roube sua família”.
União de pessoal e profissional
Um ponto bastante negativo, e que os profissionais não conseguem evitar, é unir o lado profissional e pessoal, o que pode virar brigas sérias de família. “Além disso, o processo de decisão pode tender para o emocional e prejudicar o negócio”, disse Kallás.
Quem vai entrar na empresa de algum parente ainda deve ter em mente que deverá seguir todas as regras como qualquer outro funcionário. “Usar a relação de filho, por exemplo, para atravessar o caminho da empresa e chegar ao pai, ou seja, falar em casa de problemas, está errado”, afirmou o professor.