PIB da China desacelera, mas ainda seguirá forte nos próximos anos, afirma banco

Exportações e investimentos menores levam a ritmo mais fraco, mas urbanização chinesa continua impulsionando PIB

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Influenciado pelo efeito desfavorável do cenário global sobre as exportações e da desaceleração dos investimentos e do consumo das famílias, a China deve frear seu crescimento nos próximos trimestres, afirma o Credit Suisse. O banco estima uma diminuição do avanço do PIB do país para 8,2% em 2012 e em 2013, ante alta de 8,6% frente a 2010.

Segundo a equipe de analistas do Credit Suisse, a desaceleração do PIB não será muito acentuada devido à manutenção do desenvolvimento da demanda doméstica, com a urbanização do país. Um reflexo desse movimento é a participação cada vez menor do setor externo como parcela do PIB chinês.

Inflação permanecerá estável
A inflação ao consumidor de fim de ano deve permanecer estável, afirmam os analistas, apesar de ter apresentado alta volatilidade durante o ano, com índice de 4,5% em 2011 e 4,6% em 2012, ante 4,6% em 2010. Segundo eles, a continuidade de um patamar elevado para o índice é resultado da alta liquidez na economia e ao forte aumento de salários.

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Essa inflação elevada levará a um aumento dos juros em 2012, avaliam, com medidas de afrouxamento monetário a serem adotadas apenas através de redução dos recolhimentos compulsórios e expansão de crédito em setores que apresentem eventuais problemas. Porém, apesar de um aumento dos juros nominais, o juro real continuará baixo. “Ao contrário do passado recente, a inflação na China nos próximos anos tende a ser bem superior à inflação dos países desenvolvidos e mais próxima à dos emergentes”, afirmam.

Aumento do crédito no mercado informal
Para os analistas, as restrições impostas no mercado de crédito e a elevaçãos dos compulsórios no país aumentaram a participação do mercado informal na oferta total de financiamentos. Em 2011, a expansão do crédito informal é de 50% ao ano, superior ao formal, que teve um crescimento de 15,8% em 2011.

O mercado de crédito informal representa 9% do PIB em 2011, frente ao crédito no mercado formal de 121,5% do PIB. Para os analistas, caso haja uma contração da oferta de crédito no mercado informal, haverá uma repercussão mais significativa na economia, sendo essa fonte de capital concentrada para pequenas e médias empresas. Esse impacto se dará pois as empresas têm maior dificuldade de acesso a fontes formais.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.