Phelps, Lemann, Benchimol: as lições que o esporte os ensinou, e como elas podem ajudar sua carreira

Guilherme Benchimol e Jorge Paulo Lemann não se tornaram atletas profissionais como Phelps - mas atividades esportivas têm papel relevante na vida de ambos

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – O que o recordista olímpico Michael Phelps, o bilionário Jorge Paulo Lemann e o CEO do Grupo XP Guilherme Benchimol têm em comum? Além de inegável sucesso, a paixão incondicional por esportes. Isso ficou claro no último dia da Expert XP 2019, um dos maiores eventos sobre investimentos do mundo, que contou com a participação dos três.

Para Phelps, dizer isso seria uma obviedade, mas Lemann e Benchimol também afirmaram que o esporte foi essencial na construção de suas histórias de vida (comentário que rendeu até uma pequena partida de tênis – esporte que ambos praticaram no passado – no palco do evento). As palavras-chave dessa relação são resiliência, aprendizagem e trabalho em equipe.

As lições de Phelps

Ao lado de seu treinador, Bob Bowman, Phelps trabalhou com a resiliência de quem constrói um império para conseguir acumular suas 28 medalhas olímpicas, sendo 23 de ouro. Para isso, tiveram uma estratégia tão óbvia quanto difícil: traçar uma meta de longo prazo e desdobrá-la em ações de médio e curto prazo a serem cumpridas, meticulosamente, desde a mais tenra idade.

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“Não foi difícil ver que ele era realmente um bom nadador”, disse Bowman sobre quando conheceu um Phelps de apenas 11 anos de idade. “Mas sua habilidade de focar era o que o diferenciava”, complementa.

Antes de iniciar seus treinos propriamente, o atleta teve de escrever no topo de uma folha de papel qual era sua principal meta. Bowman conta que ele escreveu primeiro “ganhar uma medalha de ouro”, mas depois riscou e trocou para “nadar nas Olimpíadas”. “Acho que ele pensou que o ouro era ambicioso demais”, ri o treinador, que até hoje exerce a mesma profissão. A partir dessa meta, os dois desdobraram as ações que deveriam cumprir até alcança-la.

Qualquer semelhança com o mote “sonho grande” não é coincidência. Tanto Lemann como Benchimol sempre trabalharam com uma visão de longo prazo inspiradora e, a partir dela, trabalham para, com um passo após o outro, atingi-la. Um exemplo: Benchimol conta que, quando ainda tinha apenas três funcionários na XP, prometeu a uma então estagiária que a empresa se tornaria a maior corretora do Brasil – e, assim, convenceu-na a se tornar sócia.

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Outra lição do esporte que traça um paralelo com o que os grandes gestores de empresas costumam dizer à exaustão é o trabalho em equipe – mesmo em modalidades individuais. “Bob é provavelmente o planejador mais preciso, mais meticuloso do mundo. Ele é o homem no comando, e sempre foi”, foi um dos longos elogios de Phelps a seu treinador. “Tive muita sorte por ter uma pessoa tão apaixonada pelo que faz todos os dias ao meu lado”.

Essa complementariedade de funções também move as estratégias de negócios dos grandes empresários. Dentro da mentalidade da busca por “gente boa”, Lemann falou em sua palestra sobre a necessidade de garantir a sucessão do negócio. “É preciso criar pessoas que serão melhores do que você”, disse. Segundo ele, e Benchimol concorda, é mais importante que seus funcionários tenham empolgação com o que fazem do que conhecimento técnico. “Eu adoro um fanático”, diz.

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Resiliência

Graças ao método de metas de Bowman, Phelps encontrava força para levantar da cama todos os dias. Ele conta que escrevia as metas em diversos cômodos de sua casa para vê-las todos os dias, e que mesmo hoje, aposentado das piscinas, trabalha com esse modelo para manter o propósito.

“Os dias que eu não queria sair da cama de maneira nenhuma eram os mais importantes”, crava. “Graças a eles, estava pronto para quaisquer adversidades”, complementa, relembrando a Olimpíada de Pequim, em 2008, quando seus óculos encheram de água mas, mesmo assim, ele conseguiu completar a prova e bater um novo recorde. Isso porque sabia exatamente quantas braçadas deveria dar. “Com tanto treino, aquilo se tornou apenas um velho hábito, e eu consegui relaxar mesmo no momento de maior estresse possível”.

É essa mesma força de vontade que ajuda Lemann a tocar seu império gigantesco, mesmo em um momento de questionamento sobre as indústrias tradicionais onde atua. Também foi o que permitiu que Benchimol seguisse com a XP após praticamente quebrar, vendendo cursos sobre o mercado financeiro para conseguir voltar a crescer. 

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney