Pesquisa revela que gestores não sabem claramente o que é assédio moral

Fato decorre de uma posição tímida da empresa em relação aos abusos; ações devem ser repetitivas e com má intenção

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Pesquisa realizada pela UnB (Universidade de Brasília) revelou que quem manda não sabe com clareza qual é o conceito de assédio moral no ambiente de trabalho.

De acordo com o autor da pesquisa, Antônio Martiningo Filho, o fato de os líderes não conhecerem o conceito claramente está ligado a uma posição tímida da empresa em relação aos abusos. “É de extrema importância que as pessoas saibam qual é a posição da organização sobre o assunto”, afirmou.

A pesquisa faz parte da dissertação de mestrado “Assédio moral e gestão de pessoas: uma análise do assédio moral no trabalho e o papel da área de gestão de pessoas”.

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Definição

Os gestores entrevistados disseram que metas muito altas e pressão por resultados se enquadram em assédio moral. Já para o pesquisador, o abuso se caracteriza pela intenção de prejudicar e pela repetição. “São ações discriminatórias dirigidas a uma pessoa em específica com o intuito de separá-la do grupo, e podem acontecer de várias formas”, disse.

Dentre elas, estão excluir o funcionário de uma reunião importante, estipular metas inalcançáveis somente para um profissional, fazer críticas públicas e, também, ofendê-lo devido a sua condição física ou orientação sexual.

É mesmo assédio?

A pesquisa de Martiningo foi realizada com gestores de um banco público. Neste caso, o pesquisador identificou que muitos líderes disseram que os funcionários se utilizam do assédio moral para conseguir transferências para instituições de outros estados, mais próximos de casa.

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Opiniões à parte, o que o pesquisador revelou é que nem sempre quem se sente assediado está com a razão. Isso porque algumas pessoas menos motivadas para o trabalho podem se sentir impelidas e alegar assédio quando outro profissional chama a atenção na tentativa de estimulá-las.

Quando é detectado mesmo o assédio, não é somente a pessoa-alvo que acaba sendo afetada, mas toda a equipe. Os outros profissionais ficam com o pensamento de que ‘no dia seguinte, posso ser eu’, o que faz com que percam a motivação e a confiança.