Pesquisa mostra que pais estão trabalhando duro e sem tempo para os filhos

Maioria dos pais leva trabalho para casa toda semana e 75% acreditam que isso interfere na relação com filhos

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A maioria (61%) dos homens trabalhadores leva trabalho para a casa toda semana e 75% acreditam que isso interfere na relação com os filhos, apontou pesquisa realizada pelo portal Monster, líder global em recrutamento e seleção online.

Ainda segundo o levantamento, 73% dos pais gostariam de passar mais tempo em casa com a família, se dinheiro não fosse um problema. A pesquisa foi realizada pelo departamento de pesquisa de mercado do portal Moster, o Monster Intelligence, com 1.073 profissionais do banco de dados do site, que trabalham em de tempo integral, oriundos de vários países.

Outro dado alarmante: poucos pais aproveitam os benefícios da licença paternidade por acreditarem não ter condições financeiras para isso (38%) ou porque se sentem muito ocupados no trabalho (27%). Entre os pais que receberam a opção do benefício, apenas 51% fizeram proveito dele.

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Pais vivem em conflito

“Nós vemos muitos conflitos entre os pais trabalhadores – eles têm de ser bons pais, mas, ao mesmo tempo, estão trabalhando duro e levam cada vez mais trabalho para casa”, diz Peter Castrichini, vice-presidente de RH do Monster global.

“Os empregadores devem ter ciência dos sentimentos desses profissionais e desenvolverem benefícios apropriados, pensando na relação trabalho e vida pessoal nas suas iniciativas de recrutamento e retenção”, acrescenta.

Apenas 41% dos pais participantes do levantamento consideram que seus empregadores fornecem benefícios suficientes, o que denota um alto desejo de que a balança formada por trabalho de um lado e família do outro fosse mais equilibrada.

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Entre os benefícios relacionados ao trabalho e à família, os pais apreciam, principalmente, uma agenda de trabalho flexível (52%) e o teletrabalho ou trabalho em casa, com 32%. Não é à toa que, no momento de buscar uma nova oportunidade, 88% preferem empregadores mais flexíveis em relação às horas de trabalho; e 85% os que oferecem licença-paternidade.

Opinião

Para o coach e autor do livro “Executivo, o super-homem solitário”, Emerson Ciociorowski, o problema é que os profissionais não estão sabendo administrar seu tempo. E isso tende a piorar com a competitividade nas empresas.

Ele conta que realizou uma pesquisa com 860 pessoas de todos os níveis hierárquicos das empresas e o resultado revelou que 67% das pessoas que se sentem estressadas têm dificuldade de administrar o tempo. “E isso impacta diretamente nas relações familiares”, garante.

Segundo o coach, administrar o tempo implica fazer escolhas e essas escolhas passam pela análise dos valores do profissional. “As pessoas estão fazendo más escolhas”, afirma. “Se você perguntar a alguém que está com problema de tempo por que isso está acontecendo, dificilmente essa pessoa saberá responder. Parece que se tornou refém da situação”.

Se administrar o tempo é uma questão de escolhas, é essencial dar vazão, em primeiro lugar, às prioridades. Mas como definir as prioridades? Pergunte a si mesmo o que é mais importante para você. Se a resposta for sua esposa e seus filhos, então já sabe o que deve ser feito.

Se necessário, diga não

Ciociorowski lembra que, algumas vezes, é necessário dizer não. “Os homens têm medo de falar não, porque acham que assim não serão reconhecidos ou que não serão o cara legal, que resolve todos os problemas. Então, muitas coisas são feitas sem critério, somente por impulso”.

“É claro que existem momentos em que é necessário dedicar-se mais à carreira. Logo, não podemos dizer que nunca iremos levar trabalho para casa. Existem áreas de atuação que exigem muito dos profissionais, como a advocacia, a publicidade e a área financeira. No entanto, levar trabalho para casa deve ser uma exceção, e não um regra”.

O coach lembra que “o pai precisa perceber suas necessidades”. “A distância da família gera insatisfação, infelicidade, angústia e um processo de culpa interminável. Depois de um tempo prolongado de ausência, surgem conseqüências físicas e mentais e resultados absolutamente negativos para os filhos”.

Ele diz que concorda com o vice-presidente de RH do Monster global. De fato, as empresas precisam dar mais atenção aos sentimentos desses profissionais. “Se o indivíduo não está feliz, não tem como ele ser inovador e criativo”.

Como manter o equilíbrio

A coordenadora de RH da Catho Online, Fernanda Figueiredo, listou algumas dicas para equilibrar a vida familiar e o trabalho. Confira: