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SÃO PAULO – As fraudes praticadas em repartições públicas lotam os noticiários todos os dias. No entanto, pouco se fala sobre as ilegalidades cometidas dentro de empresas privadas.
Falsificação de cheques e documentos, roubo de ativos, alteração de notas de despesas, notas frias, pagamentos indevidos (proprina) e uso de informação privilegiada. Estas são as práticas ilegais feitas nas empresas particulares. Em meio a tudo isso, os empresários brasileiros devem ficar atentos aos negócios e, principalmente, às pessoas que contratam.
Fraudadores brasileiros
Toda a atenção é necessária. Isso porque, segundo a consultoria KPMG, no Brasil, 69% das 1.000 pessoas ouvidas disseram que já presenciaram alguma fraude nas companhias em que trabalham.
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No entanto, a situação é mais grave do que se imagina. Destas fraudes, mais da metade (58%) foi praticada por um funcionário da empresa, enquanto 18% por um prestador de serviços. O restante das fraudes foi realizada por fornecedores (14%), clientes (8%) e outros (2%).
Perfil
A pesquisa relatou o perfil dos funcionários que fraudam as empresas em que trabalham. Eles são homens, entre 26 e 40 anos, com remuneração superior a R$ 1.000 e inferior a R$ 4.500. Além disso, estas pessoas estão abaixo do nível gerencial e têm entre dois e cinco anos de casa.
O perfil não é uma regra, o que dificulta a percepção do fraudador. Além disso, boa parte dos desvios não é identificada pela gerência porque os funcionários que não cometem estas infrações preferem não delatar os companheiros de emprego.
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Motivos
A consultoria explica esta tendência de fraudes praticadas por funcionários com o enfraquecimento dos valores sociais e morais, seguido da impunidade, insuficiência dos sistemas de controle e com os problemas econômicos do País.
De acordo com o professor de ética moral e de psicologia da FGV e Unicamp, Roberto Heloani, a fraude é um processo endêmico e não se trata de uma falha dos administradores. “O que se nota é que os pequenos delitos agora são considerados naturais, mas os empresários não podem ser coniventes com isso e nem se calar”, disse o professor, de acordo com a revista PEGN.
Pesquisa
Nos Estados Unidos, 52% dos funcionários presenciaram, no ano passado, algum tipo de conduta irregular por parte de seus companheiros de trabalho, enquanto 36% souberam de duas ou mais atitudes questionáveis. Os dados são de pesquisa realizada pela organização norte-americana ERC – Ethics Resource Center, com 3.000 pessoas.
No país, o departamento de comércio mostra que a desonestidade dos funcionários resulta anualmente num custo excedente de 50 milhões de dólares às empresas. Nas companhias norte-americanas, 75% dos funcionários já roubaram alguma vez e quase metade roubou de novo. Mais grave do que isso, um em cada três novos negócios fecha por causa de furtos de funcionários.