Perfil dos alunos de gastronomia mudou nos últimos dez anos

De acordo com especialistas, atualmente, a maioria dos alunos acabou de concluir o Ensino Médio e busca ingressar neste mercado

Karla Santana Mamona

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SÃO PAULO – Nos últimos dez anos, o perfil dos interessados em cursar gastronomia mudou. As primeiras turmas de graduação no País eram formadas por pessoas que já trabalhavam na área, como gerentes de restaurantes, profissionais que queriam mudar de setor de atuação, além de pessoas que gostavam de cozinhar e queriam aperfeiçoar seu hobbie.

Atualmente, a maioria dos alunos que busca ingressar neste mercado acabou de concluir o Ensino Médio. De acordo com o professor e coordenador do curso de Gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi, Marcelo Neri, estes alunos somam 60% dos inscritos no curso.

Profissionalização
Neri explica que esta mudança pode ser explicada pela profissionalização da gastronomia. “As empresas do setor estão mais exigentes, os empresários buscam pessoas qualificadas para trabalhar. Hoje, as grandes cozinhas têm mais recursos. O curso de gastronomia não substitui a experiência, mas possibilita encurtar este tempo [como requisito de contratação]. Os alunos têm conhecimento mais profundo”, acrescenta.

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A mesma opinião é compartilhada pela coordenadora de Gastronomia do Centro Universitário Senac-Campus Campos do Jordão, Claudia Moraes. Ela acrescenta que a influência do mercado internacional e a globalização tornaram as pessoas mais interessadas em buscar uma especialização. “O curso não é somente aprender a preparar os pratos”, diz.

Além da parte prática dentro da cozinha, os estudantes têm aulas sobre a área administrativa, como gestão de RH (Recursos Humanos), gestão financeira, gestão de eventos, entre outros. “É um curso bem abrangente”, diz Claudia.

Após formados, os profissionais podem atuar como consultores gastrônomicos, demonstradores, abrir o seu próprio negócio, trabalhar em empresas de eventos ou da área de alimentação, catering de transportes em geral, complexos de lazer e recreação, fast-food, buffets e hospitais. Também podem ser articulistas gastronômicos e personal chef.

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Copa e Olimpíada
Para os especialistas, o curso é uma excelente oportunidade para ingressar no mercado de trabalho que está em crescimento e deverá expandir ainda mais por causa dos eventos esportivos que acontecerão no País, a Copa do Mundo em 2014 e a Olimpíada em 2016. “Toda a área de hotelaria e alimentação deverá demandar profissionais”, diz a coordenadora do Senac.

Vale destacar que os cursos têm duração de apenas dois anos. Em relação à remuneração, ela varia de R$ 1 mil a R$ 6 mil. O valor depende também da experiência do profissional e do estabelecimento em que ele trabalha.

Para os interessados em atuar na área, Neri afirma: “tem de gostar muito de cozinhar e não ter medo de trabalhar. Tem de lembrar que se trabalha em pé, no calor, em finais de semana e datas comemorativas”.