Pensando em fazer uma faculdade nos Estados Unidos? Veja as exigências

A prova de seleção é conhecida como SAT- Scholastic Assessment Test; escolas ainda exigem histórico escolar e referências

Viviam Klanfer Nunes

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SÃO PAULO – Final de ano é o momento em que os vestibulandos dividem seu tempo basicamente entre as festividades de Natal e os estudos para finalmente ingressar em uma faculdade. Alguns, no entanto, têm como objetivo entrar em uma das concorridas universidades norte-americanas. O processo seletivo nos Estados Unidos, porém, tem algumas diferenças e especificidades.

No Brasil, o processo seletivo se resume ao vestibular. Neste caso, o trabalho do estudante é escolher as faculdades que deseja prestar, estudar para as exigentes provas e fazer os exames elaborados pelas próprias instituições. As provas no Brasil têm, normalmente, uma ou duas fases, com uma redação. Ainda existe o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que pode contar pontos no vestibular ou mesmo ser a única forma de seleção.

Nas faculdades norte-americanas há algumas exigências adicionais, e o teste tem algumas características especificas, de acordo com o coordenador do departamento de inglês e assuntos internacionais do Colégio Bandeirantes em São Paulo, José Olavo de Amorim.

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Em primeiro lugar, não há como no Brasil um exame diferente para cada faculdade. Embora existam fundações que elaborem uma prova que vale para mais de uma faculdade, é comum os candidatos terem de realizar testes diferentes. Por exemplo, a prova da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) não é a mesma da USP (Universidade de São Paulo), da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) ou das faculdades e universidades privadas.

É preciso estudar e se preparar para cada tipo específico de teste. Nos Estados Unidos, o estudante que quer entrar em Princeton, Harvard, Yale, UCLA, Columbia, New York University ou qualquer outra universidade precisa ter scores (pontos) suficientes em apenas um exame: o SAT (Scholastic Assessment Test – teste de avaliação escolar).

SAT: o vestibular dos EUA
Esse teste é divido em dois exames específicos, o SAT Reasoning Test e o SAT Subject Test. O primeiro testa o raciocínio verbal e não verbal do candidato, por meio de uma prova de matemática e de inglês, contando com uma redação. O objetivo da redação é analisar a capacidade de argumentação do candidato.

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A segunda prova, SAT Subject Test, é composta por questões sobre todas as matérias, como química, física, matemática, biologia e literatura norte-americana. As provas também devem ser feitas em um tempo estipulado, e, após responder um determinado bloco, não é possível retornar a ele.

Na prática, no caso da redação, o candidato tem cerca de 20 minutos para escrever. Ao término do prazo, ele deve entregar e seguir para a próxima parte. Nessa fase, ele tem 23 questões para serem respondidas em 25 minutos e, ao término do prazo, novamente entrega e passa para a fase seguinte.

O SAT pode ser feito seis vezes por ano. O ciclo começa em outubro, mês em que o primeiro teste é aplicado. Depois pode ser prestado novamente em novembro, dezembro, janeiro, maio e junho. O ciclo é assim, pois acompanha o período letivo dos norte-americanos, que, ao contrário do Brasil, começa em agosto.

Amorim explica que o SAT é uma prova internacional, realizada para nivelar candidatos do mundo todo. Isso quer dizer que, se um candidato da África do Sul, da China ou do Brasil quiser entrar em uma faculdade norte-americana, ele precisará ter pontos suficientes no SAT para ser aprovado. Funciona como a “nota de corte”, que conhecemos muito bem no Brasil.

Assim, se um candidato quer entrar em uma faculdade como Princeton, Yale ou MIT, umas das mais concorridas dos Estados Unidos, por mais que ele tenha tido um bom desempenho nos anos de escola, ele saberá qual a ‘nota de corte’ dos alunos que entram nessas faculdades. Isso, na realidade, vale para qualquer instituição norte-americana.

De acordo com Amorim, todos os anos, Stanford recebe em média 32 mil applications, ou seja, pedidos de admissão. Desse total, serão selecionados apenas 7%. Em faculdades altamente concorridas, a pontuação do SAT de quem entra será bem próxima à pontuação máxima. Lembrando que o SAT é feito em inglês, para candidato de qualquer nacionalidade.

Outras exigências
Para ingressar em uma faculdade norte-americana, o candidato ainda precisa apresentar o histórico de estudos acadêmicos dos três anos do Ensino Médio. Será dado um peso maior para as notas das matérias que têm mais relação com o curso a que ele está concorrendo. Ou seja, se ele pretende cursar engenharia, seu desempenho em matemática e física será mais importante do que em história e geografia.

Diferentemente do Brasil, as instituições também exigem referências. Os candidatos devem apresentar cartas de referência escritas por seus professores ou mesmo pelo coordenador ou diretor da instituição em que estudou no Ensino Médio.

Outro elemento que conta no processo de seleção é o perfil do candidato. Isso quer dizer que serão levadas em consideração as atividades extracurriculares, ou seja, se o aluno fez algum trabalho voluntário, se participou de algum projeto escolar e se ele tem características de liderança, por exemplo.

O perfil é construído por meio da análise das atividades extracurriculares que o candidato afirma ter realizado e também por meio de entrevistas prévias. A própria faculdade pode fazer uma reunião com o candidato ou pedir para que um ex-aluno converse com ele, redigindo um relatório sobre suas impressões.