Para crescer na carreira, profissionais competitivos devem passar conhecimento

Apesar de serem trabalhadores pró-ativos e dinâmicos, falhas comportamentais limitam seu crescimento

Viviam Klanfer Nunes

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SÃO PAULO – As empresas querem profissionais competitivos, ou seja, trabalhadores focados, pró-ativos, objetivos, independentes e que mostrem garra. O problema é que essa competitividade toda muitas vezes ofusca alguns problemas que acabam limitando o seu crescimento profissional.

Segunda a consultora de RH da Multiplicarh, Marisa Marinho, um dos maiores medos dos profissionais competitivos é perder sua posição. Em decorrência disso, acabam concentrando as informações e têm grande dificuldade de passar conhecimento para os demais membros da equipe.

Multiplicando conhecimento
Para ser um gestor, porém, é preciso saber desenvolver pessoas e multiplicar conhecimento. “Os profissionais muito competitivos não querem ensinar, não querem passar o ‘pulo do gato’, mas, para ser um gestor, ele precisa fazer isso”, avalia Marisa.

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A solução é o equilíbrio. Ser competitivo, querer resultados, ser focado e extremamente pró-ativo são atitudes positivas para os profissionais, mas elas não devem ser suficientes para subir de cargo. “É preciso trabalhar a competência de desenvolver pessoas”, explica Marisa.

A especialista também explica que é um erro pensar que, ao desenvolver um profissional, passando seus conhecimentos e informações, ele tomará seu lugar. Na realidade, ao disseminar conhecimento, diz ela, “você se desenvolve ainda mais, criando mais maturidade de gestão”.

Tomada de decisões
Mas as falhas comportamentais dos profissionais altamente competitivos não param por ai. De acordo com o diretor de operações da consultoria de RH Human Brasil, Fernando Montero, esses perfis de trabalhadores também costumam ser rápidos demais ao tomar decisões, o que nem sempre será positivo.

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“Muitas vezes essas decisões têm que ser repensadas, gerando retrabalho e desgaste da equipe”, diz Montero. Na prática, os profissionais competitivos querem decidir logo, tirar o problema da frente e nem sempre observam detalhadamente todos os elementos envolvidos e, ao final, nem tudo sai conforme o planejado.

Mesmo que você seja competitivo, saiba que, para crescer, precisará reduzir esse tipo de retrabalho, decorrente de decisões afoitas e mal pensadas. Mais uma característica frequente dos profissionais competitivos é a falta de comunicação e sensibilidade.

Como ele está muito preocupado em atingir metas e mostrar resultados, nem sempre presta atenção ao que está acontecendo a sua volta, explica Montero. “Você precisa se adequar e calibrar seu estilo de acordo com os demais membros da equipe”, sugere o especialista.

Essas características negativas podem ser neutralizadas, quando o profissional tenta desenvolver suas habilidade de comunicação. “Eles têm dificuldade de comunicação. A lógica é: ele fala, os outros escutam”, explica Montero. A questão é que não é assim que se cresce profissionalmente.

“O cara muito competitivo acaba não dando ouvido aos outros. Ele se torna um profissional muito autocentrado e insensível aos outros. Ele, inclusive, não observa qual a percepção dos outros em relação ao seu próprio desempenho. É preciso prestar atenção aos outros”, finaliza o especialista.