Os livros preferidos de Barack Obama em 2019

Obama é famoso por ser um amante da literatura e possui uma ótima reputação como um ávido leitor

Allan Gavioli

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SÃO PAULO – No último sábado (27), Barack Obama, ex-presidente dos Estados Unidos, compartilhou em sua conta oficial do Twitter seus livros preferidos do ano.

Obama é famoso por ser um amante da literatura e, anualmente, divulga duas listas de recomendações de leitura. Uma delas antes do verão americano e outra no fim de dezembro.

A seleção é variada e inclui 19 títulos que abrangem romances, não-ficção, investigações e reportagens. Nenhum dos livros possui tradução para o português.

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“À medida que encerramos 2019, queria compartilhar com vocês a minha lista anual de favoritos, que tornou este último ano um pouco melhor”, escreveu o antigo governante democrata.

Confira abaixo a lista indicada pelo ex-presidente dos EUA:

1. “The Age of Surveillance Capitalism: The Fight for a Human Future at the New Frontier of Power”, de Shoshana Zuboff

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Na obra, a autora Shoshana Zuboff fornece percepções surpreendentes de como o fenômeno que ela chamou de “capitalismo da vigilância” passa a alterar, além das relações pessoais e com o ambiente, todas as nossas relações comerciais como sociedade.

Para ela, uma modificação global de comportamento ameaça a integridade da humanidade no século XXI, assim como o capitalismo industrial desfigurou o mundo natural no século XX.

2.”The Anarchy: The Relentless Rise of the East India Company”, de William Dalrymple

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O livro conta, de forma documental, como o Império Mugal – responsável pelo comercio entre a Índia e a Europa entre os séculos XV e XVII – desmoronou e foi substituído por uma corporação multinacional inglesa sediada a milhares de quilômetros da Índia.

O autor conta a história da Companhia das Índias Orientais, fornecendo um retrato dos resultados devastadores do abuso de poder sobre os locais. Também convida o leitor a levantar críticas e reflexões sobre o colonialismo europeu.

Diversos documentos, como relatos, cartas e textos sobre a época foram compilados pelo autor. Todos esses registros podem ser conferidos no site oficial da British Library, a Biblioteca Nacional do Reino Unido.

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3. “Furious Hours: Murder, Fraud, and the Last Trial of Harper Lee”, de Casey Cep

O reverendo Willie Maxwell foi um pregador rural acusado de assassinar cinco de seus familiares para conseguir uma indenização do seguro de vida, na década de 1970.

Mesmo sendo o principal suspeito, Maxwell, com a ajuda de um advogado experiente, driblou a justiça por anos até que um parente o matou no funeral de uma de suas vítima.

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Assistindo ao julgamento do parente que matou Maxwell, estava o jornalista Harper Lee, que passou anos na cidade relatando e trabalhando em sua própria versão do caso.

Décadas depois, Casey Cep dá vida a essa história, dos assassinatos chocantes ao drama do tribunal, além de colocar em debate a política racial do sul dos Estados Unidos.

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4. “Girl, Woman, Other”, de Bernardine Evaristo

“Girl, Woman, Other” é uma história comovente de um grupo de mulheres negras britânicas que vivem em uma Inglaterra contemporânea, mas tentam relembrar do legado da história colonial da Grã-Bretanha na África e no Caribe.

Bernardine Evaristo foi a vencedora do Prêmio Booker 2019 com a obra, o mais importante prêmio de literatura do Reino Unido, e a primeira mulher negra a receber essa honra literária.

5. “The Heartbeat of Wounded Knee: Native America from 1890 to the Present”, de David Treuer

No livro, Treuer mescla reportagens e memórias, mostrando as culturas distintas das tribos norte-americanas desde o primeiro contato com o colonizador.

Ele também explora como as diferentes investidas da civilização de cada período da historia americana geraram novos modos de sobrevivência para as tribos e, também, novas formas de conflito entre os grupos.

6. “How to Do Nothing: Resisting the Attention Economy”, de Jenny Odell

Como a própria autora coloca, “How to Do Nothing” é um plano de ação para pensar fora das narrativas capitalistas de eficiência e ‘tecno determinismo’.

Segundo Jenny, a sociedade pode pensar em formas mais ousadas de ação política, reimaginar o papel da humanidade no meio ambiente e chegar a entendimentos mais significativos de felicidade e progresso, para que possamos viver uma relação mais saudável com o capitalismo e a economia.

7. “Lost Children Archive”, de Valeria Luiselli

Escrito pela autora mexicana Valeria Luiselli, “Lost Children Archive” é um romance sobre uma família mexicana cuja viagem pelos Estados Unidos colide com uma crise de imigração na fronteira sudoeste.

Ainda que o livro aborde uma história fictícia, segundo a autora, serve como uma releitura de milhares de historias de famílias que foram separadas por conta do controle de imigração na fronteira entre EUA e México.

8. “Lot: Stories”, de Bryan Washington

O livro de contos “Lot: Stories” é uma exploração profunda do verdadeiro significado das barreiras da vida.

Como coloca o autor, uma barreira está em toda parte, e não se trata de uma série de tiras de aço ou um muro de concreto para bloquear passagem, mas sim da distância e da falta de conexão entre as pessoas.

E essas divisões entre as pessoas surgem em becos e quartos, na igreja, no supermercado ou em qualquer outro espaço da sociedade. Entre pessoas de diferentes cores de pele, diferentes sotaques, diferentes gêneros e orientações sexuais.

9. “Normal People”, de Sally Rooney

“Normal People” é uma história ficcional sobre fascínio mútuo, amizade e amor. O livro aborda desde a primeira conversa até os anos seguintes da vida, pela visão de duas pessoas que tentam ficar separadas, mas que não conseguem.

10. “The Orphan Master’s Son”, de Adam Johnson

Em “The Orphan Master’s Son”, Adam Johnson conta a história de um jovem norte-coreano que cresceu sem a mãe e virou um sequestrador profissional, chegando até a trabalhar para o governo do país.

Além de ser um romance com muito suspense e reviravoltas, o livro é também um retrato fascinante de um mundo um tanto quanto desconhecido e inóspito para o Ocidente: a Coréia do Norte autoritária e violenta.

11. “The Yellow House”, de Sarah M. Broom

The Yellow House, de Sarah M. Broom, conta cem anos de sua família e seu relacionamento com o seu lar. A história conta sobre a luta de uma mãe para manter um lar de muitas gerações e a de uma filha pródiga que saiu de casa depois que a Casa Amarela foi varrida do mapa após o furacão Katrina.

12. “Say Nothing: A True Story of Murder and Memory in Northern Ireland”, de Patrick Radden Keefe

O livro de Patrick conta em forma de livro-reportagem a história do conflito que dividiu a Irlanda do Norte no século passado. A Irlanda do Norte está localizada na ilha da Irlanda, mas faz parte do Reino Unido. Entre as décadas de 1960 e 1990, diversos grupos paramilitares se enfrentaram para decidir o futuro do país.

Como fundo do enredo, Patrick descreve um caso de 1972 que ficou conhecido como “Caso Jean McConville”, onde uma viúva e mãe de 10 filhos foi sequestrada pelo Exército Republicano Irlandês (IRA, na sigla em inglês), acusada de ser uma espiã a serviço do Reino Unido. Jean sequestrada, interrogada e executada com um tiro na testa. Após 27 anos, em 1999, o IRA assumiu a responsabilidade do crime e seu corpo foi descoberto apenas em 2003.

Passaram-se 30 anos do caso e ainda não há um veredicto sobre o crime. Em 2014, Gerry Adams, líder politico da Irlanda do Norte, foi preso acusado de ser mandante do assassinato. Adam segue preso aguardando o julgamento e a decisão final.

13. “Solitary”, de Albert Woodfox

“Solitary” é a história de vida de um homem que serviu mais de quatro décadas em confinamento solitário – em uma cela de 1,5 metro por 9 metros, 23 horas por dia, na notória prisão de Angola, na Louisiana, EUA – por um crime que ele não fez. O autor conta sua própria experiencia após todos esses anos de privação da liberdade.

O fato de Albert Woodfox ter sobrevivido foi, por si só, uma proeza extraordinária. Segundo ele, seu livro é um apelo para reformar a desumanidade do confinamento solitário nos EUA e em todo o mundo.

14. “The Topeka School”, de Ben Lerner

“Muitas perspectivas e analises de períodos de mudança”, é assim que Lerner descreve seu romance “The Topeka School”.

O livro trás a história de uma família e suas lutas, desde o julgamento de Jane, a mãe do protagonista, com o legado de um pai abusivo e violento, as transgressões conjugais de Jonathan, pai do protagonista, e o desafio de criar um bom filho em uma cultura tóxica.

O livro se encaixa na categoria de Bildungsroman (romance de formação, na tradução livre do alemão), em que o romance serve para desenvolver o processo de amadurecimento moral, psicológico, social ou político de um ou mais personagens e a trama se desenrola ao redor dessas alterações.

É também uma história sobre presente dos EUA, já que aborda o colapso do discurso público, os trolls da sociedade e a ascensão da alt right americana, além da crise de identidade geral dos jovens.

15. “Trick Mirror: Reflections on Self-Delusion”, de Jia Tolentino

“Trick Mirror” é uma viagem esclarecedora através da trilha de enganações da auto-ilusão. Este é um livro sobre os incentivos que nos moldam e sobre como é difícil nos ver claramente através de uma cultura.

Com o livro dividido em pequenos ensaios, a autora explica, entre outras coisas, como sonho punitivo de otimização, que insiste em que tudo, inclusive nosso corpo, deve se tornar mais eficiente e bonito até morrermos, molda a cabeça de todos nós e nos coloca em situações impossíveis de compreensão interna.

16. “Trust Exercise”, de Susan Choi

Segundo a autora, o livro serve para incitar conversas acaloradas sobre ficção e verdade, sobre amizades e lealdades.

O livro é uma historia de ficção sobre as capacidades dos adolescentes e os poderes e responsabilidades dos adultos. O enredo traz Sarah, uma garota de 15 anos, e seus relacionamentos com seus gostos acadêmicos, seus amigos, interesses românticos e adultos da sua vida, como seus pais e professores.

17. “We Live in Water”, de Jess Walter

“We Live in the Water” é um livro de crônicas, que mescla desde historias sobre amor, com sátira social e suspense policial. Outra característica marcante do livro é que os enredos não têm ligação nenhuma entre si e cada história se passa em uma cidade e estado diferente dos EUA.

Um dos pontos centrais de todas as histórias – e que acaba por unir todas as narrativas – é o conjunto de lutas pessoais e sonhos diminuídos ou destruídos por completo, marcadas pelo humor irônico e olhar aguçado.

18. A Different Way to Win: Dan Rooney’s Story from the Super Bowl to the Rooney Rule, de Jim Rooney

Biografia de Dan Rooney, um dos mais influentes executivos do mundo dos esportes de sua geração e considerado responsável pela transformação do Pittsburgh Steelers em uma das maiores franquias da NFL. Ele criou a Dan Rooney Rule, que obriga equipes da liga a entrevistarem candidatos pertencentes a minorias étnicas para cargos técnicos e operacionais.

19. The Sixth Man, de Andre Iguodala

Best seller que conta a história de Andre Iguodala, um dos jogadores mais admirados da história da NBA, desde a infância até hoje.

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Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.