O que pode mudar quanto a salário e benefícios dos comerciários

Quase 7.100 trabalhadores foram ouvidos. Eles pedem reposição das perdas da inflação no salário e fim do banco de horas

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A diretoria do Sindicato dos Comerciários de São Paulo entregou, na semana passada, a pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2008/2009 da categoria à Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo).

Segundo informou a assessoria de imprensa do sindicato, a partir de agora, serão realizadas reuniões entre comerciários e empresários para definir as novas Convenções Coletivas, que entrarão em vigor em setembro.

Reivindicações

Quase 7.100 trabalhadores da categoria foram ouvidos para definição das demandas. Eles pedem reposição das perdas da inflação nos salários, aumento real de 5%, fim do banco de horas, fornecimento de cesta-básica e PLR (Participação nos Lucros e Resultados). A pauta havia sido aprovada em meados de julho.

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“Trabalhador não é custo. Infelizmente, muitos comerciantes fecham os olhos para questões prioritárias”, destacou o presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah, que representa 450 mil trabalhadores na base.

A posição dos empresários

O presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Fecomercio, Ivo Dall’Ácqua Júnior, explicou que alguns pedidos são inviáveis. “Eles pedem o fornecimento da cesta básica cumulativamente ao vale-refeição”, disse, referindo-se ao fato de que seria mais viável ao empresário se houvesse apenas um benefício na área alimentícia.

Quanto à participação nos lucros e resultados, “é complicado”, nas palavras dele. “Não podemos definir um percentual para a PLR, que deve ser adequada à realidade da empresa, ou seja, o cálculo deve ser feito de empresa para empresa. Mas consideramos a PLR um mecanismo interessante, que acarreta o aumento da produtividade e do lucro das companhias. Temos interesse, mas a proposta deve ser interessante para as duas partes”, explicou.

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Empresário do varejo passa por aperto

Esta semana, a Fecomercio realizou uma reunião para saber qual é a situação atual pela qual passam as empresas. “Desta forma, poderemos saber como incorporar os pedidos dos comerciários e encaminhar as reivindicações”.

Dall’Ácqua advertiu que o momento atual é delicado para os varejistas. “Com a substituição tributária, boa parte das empresas perdeu capital, já que o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) é pago antecipadamente sobre o estoque. Além disso, o governo implantou a nota fiscal paulista, mas não disponibilizou softwares para tal. Muitas empresas que conseguiram se adequar ao novo sistema têm dificuldade de enviar os dados para o governo. Tudo isso deve ser levado em consideração quando formos traçar um cenário”.

Ele lembrou ainda que, por conta da inflação, o consumidor está gastando menos com roupas e eletrônicos, por exemplo, e mais com alimentos.

O presidente do Conselho de Relações do Trabalho disse que, provavelmente, na semana que vem, estará aberta a temporada de assembléias para consulta aos empresários em todas as cidades de São Paulo. Mesmo que nem todos os pedidos dos comerciários sejam atendidos, ele acredita que “não existe negociação que não traga alguma evolução”.