O futuro da remuneração dos funcionários

Empresas começam a compreender uma nova forma de remuneração emergente que dominará o mercado nos próximos anos: por competências

Equipe InfoMoney

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As empresas que desenvolvem produtos ou prestam serviços no Brasil, nacionais ou não, pequenas ou não, são exemplos de perseverança mediante aos obstáculos despejados aos montes pela falta de apoio do governo. Isso leva a inúmeros absurdos, como o divulgado recentemente de termos mais carteiras de habilitação do que carteiras de trabalho assinadas.

Por outro lado, faz com que empresas e principalmente funcionários comecem a pensar e compreender a nova forma de remuneração emergente que dominará o mercado nos próximos anos: a remuneração por competências.

Entenda a remuneração

A primeira mudança conceitual é entender que remuneração é tudo o que o funcionário recebe da empresa, incluindo benefícios, bônus, auxílios etc., e não apenas o salário pago mensalmente. Também a remuneração não poderá ser vista por empresas e funcionários por um valor mensal, mas sim anual, como já acontece em outros países e em cargos executivos.

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A empresa que estrategicamente implementar essa cultura e conscientizar seus funcionários a compartilharem dela terá grandes vantagens. Tanto a empresa quanto os funcionários, em função de benefícios, que podem ser obtidos pelas raras leis que oferecem algum incentivo ao empregador brasileiro.

Outra mudança conceitual é fazer com que efetivamente as empresas exerçam o papel de Responsabilidade Social no quesito “manter empregos”. Mas, para isso ocorrer, é preciso o apoio de sindicatos, dos funcionários e da sociedade.

Na prática, para a empresa exercer tal responsabilidade social mantendo os empregos, faz-se necessária uma mudança na forma de remunerar que precisa ser colocada em prática, fazendo com que o salário do funcionário acompanhe a evolução do desempenho da empresa.

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Empresa ganha, funcionário também

Ou seja, quando a empresa estiver ganhando, que o funcionário também ganhe. E, em um momento de crise, em vez dos salários estarem em uma faixa que torne a sua manutenção inviável, que ela consiga ter a flexibilidade para manter empregos sem demitir.

Isso não apenas é possível: já é aplicado por muitas famílias e empresas. Veja o caso de um trabalhador temporário. Seu contrato pode ser de 90 dias, prorrogado por mais 90, ou seja, no máximo seis meses.

Parte do valor que ele recebe mensalmente é reservado para o período que eventualmente não estará trabalhando. O mesmo ocorre com uma empresa, que reserva parte de seus recebimentos para compor um caixa para os meses que tiver despesa e a receita for menor, recompondo seu caixa em momentos que voltem a faturar. Esta, na realidade, é a lei da sobrevivência do mercado e da vida.

Remuneração anual

Empresas que implantarem a cultura da remuneração anual poderão pagar o “salário” mensalmente e o “complemento” vindo dos resultados da empresa pela distribuição de lucros, como prevê a lei 10.101, usufruindo de benefícios como a isenção de alguns impostos. Ganha o funcionário, pois sua remuneração anual aumenta, e ganha a empresa, pois pode pagar mais aos seus funcionários e isso ajuda a mantê-los na empresa e satisfeitos.

Para que isso ocorra, sem prejuízos para as partes, é preciso de um instrumento que permita que a empresa mensure a efetiva contribuição de cada funcionário na construção dos resultados organizacionais.

Esse instrumento é chamado de Avaliação de Desempenho, mas precisa ter uma visão mais ampla do que a praticada pelas empresas até agora. Estamos falando de uma Avaliação de Desempenho com Foco em Competências, capaz de mensurar a efetiva entrega do funcionário para a empresa, gerando dados precisos para a nova era da Remuneração por Competências, porém de forma justa e consistente, para empregado e empregador.

Rogerio Leme é diretor do Grupo AncoraRh e autor de dois livros “Aplicação Prática de Gestão de Pessoas por Competências” e “Avaliação de Desempenho com Foco em Competência”, ambos publicados pela editora Qualitymark.