Número de assalariados e formalização crescem na construção em 2009

Emprego cresceu 10,2% no segundo semestre, enquanto assalariados aumentaram até 22% (Porto Alegre)

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Estímulos governamentais à economia permitiram a ampliação do nível ocupacional em diversos setores no ano passado, apesar da crise mundial. Um exemplo é a Construção Civil, que apresentou um incremento no quadro de trabalhadores de 10,2% no segundo semestre do ano, frente à primeira metade de 2009, com aumento no número de assalariados e na formalização.

Os dados estão no Boletim Trabalho e Construção, divulgado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) nesta segunda-feira (1) e que conta com dados da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), realizada nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e também no Distrito Federal.

“O aumento da oferta de crédito por intermédio dos bancos públicos, as isenções fiscais sobre materiais de construção e os investimentos públicos em infraestrutura e em habitação popular são exemplos de medidas que beneficiaram o segmento da Construção Civil em 2009”, relatou o Boletim.

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Entre julho e dezembro do ano passado, 103 mil pessoas foram incorporadas ao contingente de trabalhadores da Construção Civil. Na comparação com o segundo semestre de 2008, o número de ocupados apresentou um aumento de 12,4% nos seis últimos meses de 2009.

Assalariados e formalização 
De acordo com os dados, houve uma elevação no número de profissionais assalariados na Construção Civil no segundo semestre de 2009, frente à primeira metade do ano. O destaque fica por conta das regiões metropolitanas de Porto Alegre (22%), Recife (20%) e Distrito Federal (19,2%).

No Distrito Federal e nas regiões metropolitanas de Porto Alegre, Recife e São Paulo, o crescimento do número de assalariados foi em um ritmo superior ao verificado para a ocupação no segundo semestre, o que remete à formalização dos vínculos empregatícios dos trabalhadores.

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Porém, quando analisados os rendimentos desses assalariados, só houve aumento na região metropolitana de São Paulo (11%) e Porto Alegre (8%) no período em questão. Por outro lado, eles decresceram em Belo Horizonte (13,7%), Recife (8,9%) e Salvador (6,2%). No Distrito Federal, a queda foi menos acentuada, de 1,1%.

Frente ao segundo semestre de 2008, também São Paulo e Porto Alegre registraram aumento dos rendimentos, de 1,6% e 6,1%, respectivamente. As demais regiões registraram queda, com destaque para Belo Horizonte e Salvador, de 13,7% e 8,3%, na ordem.