Novo profissional de biologia deve se adaptar às demandas do mercado

Geração deverá ser capaz de integrar conhecimento de áreas como computação, química, física e matemática

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SÃO PAULO – A constante mudança de perfil e habilidade, como forma de se encaixar na rotina do mercado, não se limita apenas aos profissionais ligados às áreas mais tradicionais do trabalho, como engenharia, direito ou negócios.

A segunda década do século XXI passou a demandar um novo conceito de biólogo, que deverá ser capaz de integrar conhecimento de diferentes áreas, transitando entre biologia, computação, química, física e matemática.

Na avaliação da professora do Instituto de Biociências da USP (Universidade de São Paulo), Marie-Anne Van Sluys, a conexão entre biologia sintética – área de pesquisa que combina biologia e engenharia – e robótica terá importância crucial no futuro. Tendência que deverá exigir qualificações especiais para os biólogos.

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“Precisamos gerar um novo perfil de profissional da área de biologia que seja capaz de transitar com desenvoltura pela área de computação, aplicando a robótica tanto no que se refere à idealização de experimentos como na exploração de bancos de dados com imensos volumes de informação”, disse à Agência Fapesp.

Desenvolvimento
Decorrente dessa complexa necessidade de diálogo entre as especialidades que envolvem automação e biologia sintética, uma nova área está sendo formada no País.

Durante o Workshop on Synthetic Biology and Robotics, que será realizado no dia 24 de fevereiro, em São Paulo, pesquisadores e especialistas se reúnem para discutirem o campo para os profissionais que trabalham com ciências moleculares, ciências da computação, bioinformática e ciências da saúde, entre outros campos do conhecimento.

“Esse novo olhar demanda uma formação que, desde muito cedo, seja capaz de transitar em diferentes áreas de especialização. A atuação dos biólogos ‘clássicos’ sempre será fundamental para gerar conhecimento. Mas precisamos também identificar novos profissionais capazes de transitar em áreas como computação, química e bioquímica, física e biologia”, disse Marie-Anne.

A expectativa, não só da organização, mas também dos profissionais envolvidos com biologia, é fomentar a reflexão sobre as novas possibilidades de pesquisa e áreas a serem desbravadas.