Normas contábeis mundiais: quem não se adaptar pode não se sustentar no mercado

Diante das exigências internacionais, cabe ao profissional se adaptar, ou estará fora do mercado em algum tempo

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – A partir deste ano, o Brasil começa a exigir das empresas que se adaptem às normas contábeis internacionais – conhecida como IFRS (International Financial Reporting Standard). E os profissionais que trabalham na área devem correr atrás, para manter ou conquistar seu espaço no mercado, frente à mudança.

De acordo com o professor da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), Bruto Salotti, autor de um curso na fundação sobre as novas normas, a IFRS propõe um grau de transparência muito maior para as demonstrações contábeis, característica importante para as empresas que participam do mercado de capitais.

“Investidores estrangeiros passam a entender as demonstrações das empresas brasileiras e isso estimula os investimentos. As empresas brasileiras que se adaptarem às normas IFRS podem captar recursos em outros mercados que adotam o padrão contábil internacional”, explicou Salotti.

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A adoção das normas internacionais é um caminho sem volta e, de acordo com ele, mais cedo ou mais tarde isso vai acabar se ramificando para as demais instituições. Um exemplo é o fato de o CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) e o CFC (Conselho Federal de Contabilidade) já terem aprovado pronunciamento técnico sobre contabilidade de pequenas e médias empresas, uma versão mais “light” das normas completas.

Aos profissionais
Diante das exigências internacionais, cabe ao profissional se adaptar, sob o risco de não se sustentar no mercado de trabalho. “Quem não se atualizar em relação aos conhecimentos de IFRS estará fora do mercado em algum tempo. E isso inclui preparadores de demonstrações, auditores internos e externos, membros de Conselhos, analistas de investimento e professores”.

O conhecimento das normas já é uma exigência para a contratação de profissionais. Salotti conta que soube de uma empresa que está procurando um controller com vivência em IFRS e que oferece salário de mais de R$ 20 mil, além de outros benefícios.

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“Em economia, tudo que é escasso tem preço e, quanto mais escasso, a tendência é ser mais caro. Em relação aos profissionais desse mercado, é exatamente isso que está acontecendo. A escassez é grande e consequentemente a procura é enorme, com salários expressivos”.

Salotti contou que a procura por conhecimento do padrão contábil internacional está aquecida, com os treinamentos de IFRS registrando aumento significativo de procura. “As grandes empresas de auditoria têm desenvolvido, por exemplo, cursos voltados para o treinamento de seus profissionais na área de contabilidade internacional, utilizando a modalidade e-learning, pois assim conseguem assegurar uniformidade de treinamento e acesso democrático a profissionais espalhados pelo país”.