No parque de diversão, família chega a gastar 85% do salário mínimo

Pesquisa com parques tradicionais indica que, um dia de passeio em pode significar gastos de até R$ 353,20

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Levar a família para um parque de diversão pode ser uma ótima forma de lazer e de passar um tempo juntos, mas com certeza não será prazeroso para o seu bolso. Segundo uma pesquisa do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), os gastos em um único dia em um local desses pode chegar a R$ 353,20, ou 85% do valor de um salário mínimo.

O estudo considerou os gastos que uma família de quatro pessoas teria com ingressos, estacionamento e refeição, em cinco parques de diversão tradicionais. O mais caro é o Hopi Hari, porém, nenhum dos outros estabelecimentos custa menos de 40% de um salário mínimo.

Valores

No parque mais caro, uma família gastaria R$ 260 somente com entradas, R$ 20 com estacionamento e R$ 73,20 com refeição. Já no Wet’n Wild, o segundo mais caro, os gastos ficariam em R$ 171,60 para os ingressos, R$ 15 para estacionar o carro e R$ 48 com refeição. Nesse caso também foram considerados R$ 10 com gastos extras, correspondente a um armário. Os valores totalizam R$ 244,60, ou 59% de um salário mínimo.

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O mais barato, por sua vez, é o Parque da Mônica, cujos gastos totalizam R$ 165,60, sendo R$ 132 dos ingressos, R$ 5 para o estacionamento e R$ 28,60 para as refeições. Na tabela abaixo é possível verificar os valores apurados nos cinco parques pesquisados:

Parque Entrada da Família Estacionamento Refeição Total % do salário mínimo
Hopi Hari R$ 260 R$ 20 R$ 73,20 R$ 353,20 85%
Wet’n Wild* R$ 171,60 R$ 15 R$ 48 R$ 244,60 59%
Playcenter R$ 124,80 R$ 15 R$ 57 R$ 196,80 47,5%
Mundo da Xuxa R$ 136 R$ 4 R$ 44,50 R$ 184,50 44,5%
Parque da Mônica R$ 132 R$ 5 R$ 28,60 R$ 165,60 40%

Os R$ 10 de gasto extra também foram levados em consideração no cálculo do valor total

As únicas alternativas de gastar menos foram encontradas no Playcenter e no Hopi Hari, mas desde que a pessoa não tenha interesse em brincar e queira apenas entrar no parque. No primeiro, por exemplo, há ingressos para estudantes a R$ 21, e caso eles queiram entrar em algum brinquedo tem que pagar R$ 5 por cada atração. No Hopi Hari a opção não é válida somente para estudantes, mas também é preciso desembolsar entre R$ 5 e R$ 7 para cada brinquedo que a pessoa queira participar.

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Para o gerente de informação do Idec, Carlos Thadeu de Oliveira, a meia entrada para estudantes está falseada. “Isso o que o Playcenter oferece não é meia-entrada, é um desconto para as pessoas que não querem brincar. Mas a meia-entrada que conhecemos e que são disponíveis em cinemas e shows, por exemplo, dão os mesmos direitos ao estudante”, afirma.

Fura Fila

Ter todos esses gastos e ficar horas em uma fila para usar um brinquedo pode ser desanimador. Mas quem não quer pegar a fila tem uma opção em alguns parques, porém, terá que gastar ainda mais. É o chamado play pass, ou fura fila, que dá direito à pessoa que pagou, passar na frente de todas as outras. Os preços variam de R$ 13 a R$ 20 no Playcenter, de acordo com o número de fura filas que o consumidor desejar. Já no Hopi Haria os valores vão de R$ 15 a R$ 36.

“Para o Idec essa prática é extremamente antiética, já que os parques estão tirando proveito financeiro do problema das filas ao invés de tentar solucioná-las, além de ser extremamente deseducativo para o consumidor”, afirma Oliveira.

Alimentos

A alimentação nos parques é cara, mas em alguns locais o consumidor pode encontrar uma variedade de opções, inclusive refeições mais saudáveis. O principal problema foi encontrado no Mundo da Xuxa, onde a única lanchonete disponível e todos os quiosques são do McDonald’s, cujas opções saudáveis são restritas.

A pesquisa também verificou se era permitido que os visitantes entrem nos parques com comida. O único que proíbe a prática é o Wet’n Wild, que justificou a ação como uma medida de segurança. Em reposta à pesquisa, o parque afirmou que não permite a entrada “por estarmos localizados em uma região de clima quente, o que torna necessários métodos especiais para a conservação dos alimentos, para evitarmos intoxicações e mal-estar”.