No mundo, cerca de 22% dos profissionais trabalham mais de 48 horas por semana

OIT mostra que, nas últimas décadas, houve esforço para impor limite de 40 horas, como prevê PEC em análise no Brasil

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Cerca de 22% dos profissionais de todo o mundo, o que corresponde a 614,2 milhões de pessoas, trabalham mais de 48 horas semanais, revelou a OIT (Organização Internacional do Trabalho).

De acordo com os dados, durante as últimas cinco décadas, houve uma mudança global para um limite de 40 horas semanais, sendo que a jornada de trabalho é um importante indicador da qualidade de emprego.

Os homens tendem a executar jornadas mais longas, enquanto as mais curtas são geralmente desempenhadas por mulheres, devido ao tempo que elas dedicam às atividades domésticas e à família. Quanto à faixa etária, os jovens e as pessoas próximas à idade de aposentadoria trabalham menos horas, o que reflete as insuficientes oportunidades de trabalho para esses grupos.

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Os dados constam no livro “Duração do trabalho em todo o mundo: Tendências de jornadas de trabalho, legislação e políticas numa perspectiva global comparada”, de Sangheon Lee, Deirdre McCann e Jon Messenger, lançado nesta quinta-feira (25).

Realidade no Brasil
Dados da Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), revelaram que a população ocupada de 16 anos ou mais de idade trabalhou uma jornada média semanal de 40,8 horas em 2008.

Porém, existem distorções à média. No mesmo ano, 33,7% trabalhavam uma jornada superior a 44 horas semanais e 19,1%, superior a 48 horas. Os homens tinham uma jornada de 44 horas e as mulheres, de 36,4 horas.

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No Brasil, está em fase de análise uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que reduz de 44 para 40 horas a jornada de trabalho. De acordo com a OIT, isso beneficiaria mais os profissionais do setor privado com carteira de trabalho assinada, que compõem 33,2% das pessoas ocupadas no Brasil, ou 31,9 milhões de pessoas.

Destes, 58,6% trabalhavam mais de 40 horas semanais em 2008, enquanto 41,4% trabalhavam 40 horas ou menos por semana. Portanto, segundo a OIT, a redução prevista na PEC afetaria diretamente um contingente de 18,7 milhões de pessoas.