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SÃO PAULO – Mercado em expansão, a China começa a despertar o interesse de empresas de todo o mundo. Mas a rapidez com que o país se insere na economia global não fez com os chineses deixassem para trás tradições milenares. Por isso, quem deseja fechar negócio com o gigante asiático deve tomar cuidado.
“Devido à rapidez com que os chineses se inserem no mercado mundial, a impressão é de que eles estão familiarizados com a cultura ocidental, mas é uma ilusão acreditar que a tradição deles não influencia os negócios”, afirmou a consultora de comércio exterior da Câmara Brasil-China, Suzana Bandeira.
Negócios com a China
Os chineses não quebraram as regras de conduta tradicionais. “De maneira nenhuma tiraram as lentes com as quais enxergam o mundo”. De acordo com Suzana, existem 12 mil empresas norte-americanas funcionando lá, 6 mil canadenses e 4 mil japonesas. As brasileiras são apenas 20.
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Para ampliar os negócios com o país, o primeiro passo é entender o que seu povo espera, diferença crucial entre o sucesso e o fracasso da operação. “Nada é fácil na China, mas poucas coisas são impossíveis”, afirma Suzana, que ainda diz que não há fórmula ou receita para uma boa performance, mas algumas dicas.
Confira as dicas
Os chineses são ótimos anfitriões. Uma vez convidado a ir ao país ou combinada uma visita, o turista é muito bem tratado. Para não desapontar o “dono da casa”, Suzana deu algumas dicas aos brasileiros:
- Eles oferecem chá quente, o que é tido como obrigação. Nunca diga que não quer, é como uma ofensa. É mais polido aceitar e não beber do que recusar a bebida. Uma dica é sempre imitar! Observe e tente fazer parecido, sempre!
- Dê o máximo de informações sobre a sua empresa em mandarim. Leve um folder na língua deles e em inglês, já que nem todos falam o idioma norte-americano com perfeição.
- Procure entregar o cartão de visitas com as duas mãos. As coisas importantes são entregues desta maneira, que é um sinal de respeito. Quando receber o cartão de visitas da pessoa, nada de jogar na bolsa ou carteira. Leia inteiro e mantenha ao seu lado, para não ter que perguntar o nome do chinês. É imperdoável esquecer o cartão!
- Evite falar de política e movimentos sociais da China, porque poderá deixar a outra pessoa embaraçada. Apesar de a economia do país ser bastante aberta, de acordo com Suzana, está longe de ser liberal para assuntos sociais.
- Eles utilizam muito o silêncio, o que significa que estão refletindo. O silêncio pode ser interpretado como a busca de uma resposta mais adequada à situação. Não fique agoniado nem pressione.
- Os chineses evitam, a qualquer custo, negar diretamente a pessoa ou contradizê-la em público. Eles não são diretos e objetivos, porque não acham legal deixar o outro constrangido, ou, como eles mesmos dizem, fazer a pessoa “perder a face”. Por isso, faça a mesma coisa e evite falar algo que irá prejudicar a harmonia do ambiente.
- Muitos executivos, de acordo com Suzana, confundem a maneira delicada que eles têm ao tratar de negócios, e interpretam uma reunião como positiva aos negócios. Não contradizer e ficar em silêncio são hábitos e não um sinal verde para as negociações.
- O chinês tem mania de querer conhecer o profissional. Ele irá perguntar se é casado e tem filhos, bem como questionará o porquê, caso as respostas sejam negativas. Para nós pode parecer invasivo, mas para eles não é!
- Use tradutores. É mais fácil para os chineses dizer algo na língua nativa e ainda evita uma situação constrangedora. A chance da comunicação ser bem feita aumenta consideravelmente.
- Com relação à roupa, devem ser consideradas as mesmas dicas de uma reunião de negócios no Brasil: formalidade para homens, com terno e gravata, e mulheres, sem decotes e exageros!