Negociações salariais registram melhor semestre desde 1996

Cerca de 79% das informações coletadas se refere a reajustes salariais iguais ou acima da variação do INPC, revela Dieese

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – As negociações salariais no primeiro semestre do ano atingiram patamar recorde desde 1996. Os trabalhadores podem comemorar, já que 79% das 262 informações coletadas nos seis primeiros meses do ano tiveram reajustes iguais ou superiores às variações acumuladas do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para cada data-base.

Isto equivale a dizer que a maioria dos trabalhadores, ou tiveram ganhos reais no período ou pelo menos conseguiram uma reposição salarial justa. Resultado semelhante (71%) só havia sido registrado em 2001. A constatação é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) com base nas informações do Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS).

Maioria dos trabalhadores obteve ganho real no salário

Com relação ao tipo de documento resultante do reajuste salarial, 71% se refere a convenções coletivas de trabalho (entre sindicatos profissionais e patronais) e 29% a acordos coletivos de trabalho (entre sindicatos profissionais e empresas). Do total de acordos firmados, 53% partiram da indústria, 37% de serviços e 9% do comércio.

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O estudo abrange as negociações de janeiro a junho, sendo que a maioria ficou concentrada nos meses de maio (49%), março (18%) e janeiro (14%). Em 47% das negociações houve ganho real para o trabalhador, enquanto para 21% o reajuste foi inferior ao INPC-IBGE e em 32%, ficou exatamente igual. Para quem recebeu reajuste maior ou menor que o indicador na data-base, os ganhos ou perdas limitaram-se a até 1% para cima ou para baixo.

Convém destacar que os ganhos maiores em 2004 refletem um cenário mais favorável do que aquele percebido no ano anterior. As taxas de inflação acumuladas em 12 meses sofreram quedas progressivas de 10,38% (janeiro) para 4,99% (junho). Em 2003, os reajustes necessários variaram de 14,74% (janeiro) para 20,44% (junho).

Em termos geográficos, pouco mais de 80% dos resultados verificados referem-se às regiões Sul e Sudeste, sendo que o restante está dividido entre Nordeste (13%), Centro-Oeste (5%) e Norte (1%). A maioria dos acordos coletivos, ou dissídio, ocorreu nos estados de São Paulo (27%), Rio Grande do Sul (22%), Santa Catarina (16%), Minas Gerais (10%) e Bahia (9%).