Negociação salarial: até onde chegar?

Para quem está à procura de um emprego, é fundamental aprender a valorizar seu currículo sem, no entanto, deixar escapar oportunidades

Waldeli Azevedo

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SÃO PAULO – Ao mandar um currículo em resposta a um anúncio, você é orientado a mencionar sua pretensão salarial. Sem pensar duas vezes, rapidamente responde, “arremessando” o seu passe, ou seja, estabelecendo um valor bem acima do que recebia antes.

A atitude, inocente para alguns, audaciosa para outros, pode colocar em risco sua disputa pela vaga.

Pretensão salarial: divisor de águas

Antes de mencionar sua pretensão, é importante você saber que, em muitas situações, este pode ser um fator de eliminação de candidatos, caso o número de respostas ao anúncio seja muito elevado (o que é bastante comum). Portanto, caso sugira algo muito acima da média, pode perder sua chance de disputar a vaga mais de perto, ou seja, ser convidado a uma entrevista.

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Portanto, quando você pensar em valores, tenha bastante cuidado para não prejudicar sua oportunidade tão rápido. Por outro lado, não mencionar uma pretensão, quando este dado for solicitado no anúncio, lhe levará à mesma situação. Neste caso, o que fazer?

A melhor solução para você garantir suas chances é fazer uma boa pesquisa de mercado antes de estipular a nova remuneração. Para esta finalidade, vale tudo: consulte cadernos de empregos dos jornais, que fornecem este tipo de informação atualizada, ouça amigos e familiares que exerçam esta mesma função. Examine o seu currículo com imparcialidade e, finalmente, compare-o com o de outros profissionais. Desta forma, conseguirá chegar a um número razoável.

Hora da entrevista

Já se o anúncio não pedir informações sobre pretensão salarial, vá preparado para a entrevista: esta pergunta fatalmente será feita, mais cedo ou mais tarde.

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É comum que todo candidato ensaie várias vezes o seu relato sobre experiência profissional e planos futuros. Porém, o fator “salário” pega muitos despreparados. Neste caso, vale a dica do currículo: baseie-se em uma pesquisa de mercado; isso fará com que demonstre segurança ao mencionar sua proposta.

Caso seja questionado, não mencione um número de imediato. O ideal é que você reverta essa posição, deixando que o entrevistador lhe esclareça “qual o valor que a empresa espera pagar pelo desempenho destas atribuições”.

Outra alternativa é você estipular uma margem que, de preferência, mostre-o bastante abrangente. Desta forma o entrevistador sentirá que poderá negociar o salário, caso escolha mesmo você. Nesta hora o “em média” pode ser uma boa saída. Importante: não esqueça de considerar os benefícios e as bonificações recebidas no emprego atual, ou anterior, para que não comece o jogo perdendo.

Bom negociador

Mostrando uma postura firme e segura (que só será obtida se realmente tiver certeza do que está falando, daí a necessidade de preparo), terá chance de argumentar, e se mostrar um bom negociador.

Seja corajoso neste processo, o suficiente para que seu futuro empregador se convença de que fará um bom negócio ao contratá-lo. Afinal, quem não gostaria de ter em sua equipe profissionais de postura firme e com poder de persuasão?

Mostre o seu valor (claro, sem exageros): ninguém melhor do que você para destacar os pontos fortes do seu currículo. Exponha suas qualidades e apresente a idéia de como poderia contribuir para o crescimento da empresa.

O entrevistador ouve, em um processo seletivo, pelo menos dezenas de candidatos. Pensando nisso, tanto você quanto ele precisam de um diferencial: você, para ser contratado; ele, para chegar finalmente a uma decisão. Portanto, tudo o que o selecionador precisa é de bons argumentos e de uma postura adequada, além, é claro, de um bom currículo. Se tudo isso vier “empacotado” por uma pretensão salarial justa, ou seja, dentro das expectativas do empregador, não tem erro: a vaga será mesmo sua!