Na contramão do mercado, profissional de RI é procurado durante a crise

"Com a crise, tanto acionistas quanto investidores ficaram ávidos por informações precisas", diz sócio de consultoria

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Na contramão do que se espera no mercado de trabalho para 2009 – queda nas contratações, por conta da crise mundial -, na área de Relação com Investidores as perspectivas são bastante positivas e o novo cenário promete uma carreira de desafios.

“Houve aumento da procura por este profissional, porque, com a crise, tanto os acionistas quanto os investidores ficaram ávidos por informações precisas. Há uma supervalorização da informação confiável”, explicou o sócio da ARC Executive Talent Recruiting, consultoria de gestão e de recrutamento de executivos, Francisco Ramirez.

Desde 2004, houve um grande número de empresas abrindo capital e, então, a procura por este tipo de profissional aumentou. “Ela atinge o ápice no ano passado. Isso criou novas posições e ainda houve movimentação entre empresas. O mercado ainda está melhor porque muitas empresas nacionais abriram capital lá fora também, em outras Bolsas”.

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Horizonte de desafios, mas positivos

Para este ano e o próximo, a procura tende a crescer também, mas “com menor agressividade que em 2007”, nas palavras do sócio da ACR. Mesmo que a demanda aumente, por conta da crise, é preciso levar em consideração que menos empresas estão abrindo capital.

Questionado sobre os obstáculos deste profissional, diante de um momento turbulento como o que se apresenta, o sócio da consultoria afirmou que o desafio é estar sempre bem informado, uma vez que “ele é alguém que vive para gerar qualidade da informação”.

Relação fora, e dentro da empresa

O profissional que atua na área de RI tem diversas atribuições. A primeira delas é oferecer informação de qualidade para o público externo: comunidade financeira, bancos, agências reguladoras, de fomento, investidores, acionistas, governo, analistas de mercado, potenciais investidores e etc.

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A profissão foi criada porque a empresa precisava se comunicar com seus investidores, mas tomou proporções inimagináveis. “O RI é capaz de montar a reputação de uma empresa”, afirmou Ramirez, que completou dizendo que estes profissionais ainda têm diálogo interno. “Ele não fala só para fora, mas para dentro da empresa, para o próprio conselho administrativo. Fala de percepções, perspectivas”.

De maneira mais operacional, pode-se dizer que ele integra as áreas de finanças, de comunicação e também de marketing. Muitas vezes, reporta ao presidente da empresa, ao CFO (diretor financeiro) – isso quando não ocupa este cargo.

Tem que ser habilidoso, e ter conhecimento técnico

A principal habilidade deste profissional deve ser a transmissão da informação de forma precisa e, principalmente, oportuna. “Tem que ser em tempo hábil, para que o investidor possa fazer avaliação fundamentada”. Ele deve contar com uma boa equipe de checagem de dados, ser responsável e saber se comunicar.

De acordo com Ramirez, quando se procura um profissional desta área no mercado de trabalho, valoriza-se mais o conhecimento do que uma formação acadêmica. Geralmente, esses profissionais são formados na área de Administração, Contabilidade, Economia e Engenharia. O principal, porém, é conhecer bem a área de atuação e o setor. Por isso, é difícil ver alguém que “pule de galho em galho”.

“Eu não acredito que tenha alguém saltando de empresa em empresa muito rapidamente. Mesmo porque alguém que chegou ontem precisa conquistar credibilidade, e isso leva tempo. É uma carreira estável – não que o profissional case com a empresa, porque isso é muito forte -, em que a pessoa precisa mostrar que conhece o setor”.