Mulheres e salários: a cada R$ 100 ganhos por homens, elas recebem R$ 81,80

Segundo Dieese, profissionais do sexo feminino são maioria dentre as pessoas que recebem até um salário mínimo

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – As mulheres costumam ocupar cargos mais baixos nas empresas e, por isso, também recebem menos do que os homens. Esta afirmação já pode ser comprovada pelo fato de as mulheres receberem 81,8% dos rendimentos masculinos. Isso significa que, a cada R$ 100 ganhos por eles, elas recebem R$ 81,80.

Os dados fazem parte do estudo “Salário Mínimo e as Mulheres nos mercados de trabalho metropolitanos”, divulgado nesta quarta-feira (07) pelo Dieese, que ainda confirma que as mulheres das cidades de Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e do Distrito Federal são minoria quando o assunto é o recebimento de altos salários – acima do mínimo.

Proporção de homens e mulheres

Em Belo Horizonte, enquanto 14,2% dos homens ganham até um salário mínimo, dentre as mulheres este número passa para 34,9%. A diferença é ainda maior no Distrito Federal, com 11% para eles e 28,6% para elas, e em Salvador, com 27,5% deles ganhando até um salário mínimo e 49,2% delas.

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Já em Porto Alegre, os homens que recebem até R$ 350 são 9,2% dentre os trabalhadores, enquanto entre as mulheres este número é de 20,9%. Em Recife, mais da metade das mulheres que trabalham recebem até um mínimo (49,2), enquanto nem um terço (27,5%) dos homens têm este rendimento. Em São Paulo, a proporção é de 11,5% dos homens para 26% das mulheres.

Agora, considerando o universo das mulheres que trabalham nas regiões analisadas, 31% delas recebem até um mínimo. As mulheres adultas, na faixa etária entre 25 e 39 anos, seguidas por aquelas com 40 anos de idade ou mais, são maioria dentre as que recebem até um salário mínimo, bem como as mulheres que nem chegaram a completar o ensino fundamental.

Setores desvalorizados

De acordo com o estudo, as mulheres estão mais inseridas em setores como o de serviços, mais especificamente nas áreas de saúde, educação e emprego doméstico. Embora fundamentais para a organização social, estes setores tendem a ser desvalorizados no mercado de trabalho e propiciam menores salários regulados pelo poder estatal.

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Dentre as mulheres que recebem menos de um salário mínimo, a maioria se concentra em inserções como diarista no emprego doméstico, como autônoma e assalariadas contratadas a margem da modalidade padrão. A maioria das mulheres no mercado de trabalho está contratada de acordo com a legislação.