Mulheres da elite de NY recebem até ”bônus” por trabalho em casa

Em sua convivência com as mulheres do Upper East Side, a colunista retrata como ainda são dependentes e subordinadas a seua maridos, em sua maioria donos de fundos de investimentos – e como eles possuem o poder de “chefe” sobre elas

Júlia Miozzo

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SÃO PAULO – Em meio ao avanço do sexo feminino no mercado de trabalho, há um grupo que certamente parece ter andado para trás. Em artigo publicado no último sábado (16) no The New York Times, a colunista Wednesday Martin mostrou sobre a vida das chamadas “ Glam SAHMs” do Upper East Side de Manhattan, Nova York – um grupo de mulheres cujos casamento mais lembra uma relação empregatícia.

A sigla corresponde às “glamorous stay-at-home-moms”, algo como as “glamorosas mães que ficam em casa” – um grupo de mulheres em torno dos seus 30 anos, formadas nas melhores universidades, com os melhores diplomas, casadas com os empresários de Wall Street, mães de em torno de 3 a 4 filhos e que não trabalham fora de casa.

Em sua convivência com tais mulheres, a colunista retrata como elas ainda são dependentes e subordinadas aos homens donos de fundos de investimentos, e como possuem o poder de “chefe” sobre elas. Existe até uma espécie de “bônus” de final de ano – que não é uma prática incomum entre eles.  

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Uma dessas mulheres comentava sobre como esperava pelo seu “final do ano” para que pudesse patrocinar uma mesa cara em um evento, enquanto outra adiava sua maratona de compras até que ganhasse seu bônus. “O bônus da esposa, me disseram, pode ser definido em um acordo pré ou pós-nupcial e distribuído na base de não somente no desempenho do fundo de investimento de seu marido, mas também o seu próprio desempenho – como ela gerenciou o orçamento da casa, se as crianças entraram ou não em boas escolas – da mesma maneira que seus maridos eram premiados em bancos de investimentos”, escreveu Martin.

A autora do artigo nota que comentários, feitos por mulheres que não recebem o bônus, sobre possíveis “métricas de desempenho sexual” causam bastante constrangimento – e esse assunto é tratado como tabu dentro deste grupo de mulheres. Muito embora muitas delas estivessem confortáveis nesta posição – optando apenas em gastar o dinheiro do marido enquanto conduzem a casa. 

Esse “bônus” e a relação de emprego que existe entre homem e mulher não são novidades – por séculos isso, infelizmente, vem acontecendo. Mas em pleno século XXI, no país mais rico do mundo e em paralelo a um mundo onde as mulheres competem pelos mesmos empregos, mesmos salários e ganham cada vez mais espaço, isso assusta.