Mulheres avançam no mercado de trabalho, mas ainda ganham menos

Segundo pesquisa, em 2006, elas recebiam R$ 577 em média, o que representa dois terços do salário dos homens

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Existe um crescimento do número de mulheres atuantes no mercado de trabalho, mas não suficiente para que elas alcancem a mesma participação – e o mesmo salário – dos homens, conforme mostrou estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Em 1996, 46% da população feminina estava empregada ou à procura de um posto de trabalho, proporção que cresceu para 52,6% dez anos depois. Entre os homens, a presença no mercado de trabalho era de 72,9% em 2006.

O estudo aponta como motivos para o aumento da participação da mulher no mercado de trabalho o avanço da escolaridade, a queda na fecundidade, as oportunidades e, além disso, uma mudança de padrão cultural. Os dados não consideram os afazeres domésticos, realizado majoritariamente por mulheres, por não haver remuneração.

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Salários delas são menores

A mulher ainda ganha menos do que os homens, mesmo avançando no mercado de trabalho. Em 2006, eles recebiam uma média de R$ 885,6 e elas, de R$ 577,0, o que equivale a cerca de dois terços do rendimento masculino, conforme a tabela abaixo, que mostra o salário médio:

Sexo 1996 2006
Mulheres R$ 561,9 R$ 577,0
Homens R$ 962,2 R$ 885,6
População R$ 804,4 R$ 754,2

Fonte: Ipea

Dificuldade desde o começo

Desde cedo, as mulheres têm dificuldade de ingresso no mercado de trabalho. Para se ter uma idéia, as jovens de 16 e 17 anos são as com menor taxa de ocupação, se comparadas com os homens e, até mesmo, com as mulheres das demais faixas etárias.

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Em 2006, somente 68,9% da população feminina de 16 e 17 anos estava ocupada, ante 81,3% dos jovens. A taxa de desocupação – que mede o total de pessoas à procura efetiva de emprego – foi de 31,1% para as jovens e de 18,7% para os jovens em 2006.

“Essas proporções são crescentes ao longo da década para os dois grupos, sendo o maior crescimento, mais uma vez, verificado entre as meninas”, explica o estudo do Ipea.

A dificuldade de entrar no mercado de trabalho é maior para as mulheres, mesmo com elas apresentando, a cada ano, um maior grau de escolaridade. A população feminina ocupada tem mais anos de estudos que a masculina, chegando a 9,8 anos de estudo entre as mulheres brancas da região Sudeste.