Mitos da entrevista de emprego: como se dar bem fugindo dos paradigmas

Gerente da Robert Half enfatiza que, atualmente, as empresas estão buscando profissionais sinceros e transparentes

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Hoje em dia, teorias e dicas não faltam para que os profissionais encarem uma entrevista de emprego. Fala-se em vestir roupas adequadas; tentar aproximar objetivos de curto prazo às metas da empresa; dizer que consegue lidar muito bem com a pressão, independentemente da situação; e, ao listar seus defeitos, usar o truque de responder características consideradas qualidades, mas que, quando acentuadas, possam parecer defeitos, tais como persistência em demasia. É possível até encontrar quem aconselhe a mentir, no caso de o candidato fumar.

Não dá mesmo para fugir das roupas adequadas, pois a boa apresentação é fundamental, mas, quanto aos demais conselhos, o gerente da empresa de recrutamento Robert Half, Roberto Britto, enfatiza que, atualmente, as empresas estão buscando profissionais sinceros e transparentes. Em outras palavras, não adianta mentir ou fingir ser quem não é.

“Mentir e dizer que não fuma em um processo seletivo é complicado. Se alguém descobrir que o profissional fuma, após ter sido admitido, surge um problema de perda de confiança. Confiança esta que, para conquistar posteriormente, é muito difícil”, exemplifica.

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Seja sincero

Por essas e outras, quando o selecionador faz uma pergunta de cunho técnico que você não sabe responder, diga a verdade. “Conte que não conhece o assunto, que nunca atuou em determinada área, ou ainda que possui um conhecimento superficial do assunto. Nunca tente enrolar na resposta”, aconselha Britto.

A consultora do IDORT/SP, Elisabete Alves, concorda. E acrescenta que é necessário ser espontâneo. “O candidato não pode ser pasteurizado e responder exatamente o que o contratante quer ouvir. Nas perguntas típicas, como quais são suas três principais qualidades e três principais defeitos, por exemplo, conte de forma sincera quais são seus pontos fortes e as oportunidades de melhoria”, diz ela.

“Quando a pessoa não é espontânea, a situação pode piorar. Ela poderá, futuramente, ser demitida”, revela Elisabete. Isso ocorre porque é vendido algo que não é verdadeiro, mas pelo qual o profissional, certamente, será cobrado.

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Nunca falar mal da empresa onde já trabalhou?

Outra dica que você, caro leitor, já deve ter ouvido: nunca, em hipótese alguma, se deve falar mal das empresas pelas quais já passou. A dúvida que este paradigma alimenta é: o que devo falar quando perguntarem por que deixei, ou pretendo deixar, meu trabalho? O gerente da Robert Half explica que o ato de falar mal da empresa difere, e muito, do ato de dizer que estava insatisfeito, por exemplo.

“Contar que tinha problemas com seu chefe ou que a empresa não atendia a suas perspectivas é diferente de falar mal da organização”, garante.

Padronização das atitudes versus naturalidade

Os recrutadores percebem que muitos candidatos chegam preparados para a entrevista de emprego. No entanto, essa padronização deve se dar na forma de se apresentar, e só, na opinião de Britto. “Se é bom ou ruim se preparar para a entrevista, não há resposta certa. Para quem tem dificuldade de se comunicar, acredito que seja bom, mas, para quem já tem jogo de cintura, talvez não faça diferença”.

As dicas dele para fazer sucesso em uma entrevista são simples: seja sincero, educado e pragmático, ou seja, vá direto ao ponto. “E sorriso no rosto é sempre importante, porque abre portas”, finaliza.