Mesmo com mercado em mudanças, é possível fazer planejamento de carreira

As mudanças são constantes, mas é possível traçar um plano de longo prazo, definindo metas e passos para conseguir o que quer

Camila F. de Mendonça

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SÃO PAULO – O mercado de trabalho caminha rápido e, com as mudanças, altera-se também o modo como se planeja a carreira. Se antes, com um mercado mais estático e sem surpresas, era possível traçar estratégias para uma vida profissional inteira, agora, um planejamento detalhado de longo prazo fica cada mais difícil. Mas ainda é possível.

“Anos atrás entrava-se na empresa e se fazia um planejamento para o crescimento na mesma instituição. Hoje, o mercado evoluiu, mas o perfil profissional também mudou”, avalia a coordenadora do curso de Recursos Humanos da Veris Faculdades, Suely Piaia Murtinhos. Ela explica que, ainda que pudessem, os profissionais da nova geração não conseguiriam fazer um planejamento de longo prazo, justamente porque o mercado como está lhes dá mais possibilidades de mudanças, muitas vezes, imprevisíveis. “Esse jovem entra em uma empresa, mas sempre está de olho em outras possibilidades”, avalia.

Por outro lado, a consultora da Career Center, Claudia Monari, acredita ser possível estabelecer um planejamento de carreira longo. “O planejamento independe de fatores externos”, afirma. A consultora explica que, ao colocarem seu planejamento de carreira no papel, os profissionais devem conhecer bem o mercado onde atuam e as possíveis tendências de suas áreas. Contudo, esses fatores não determinam o planejamento em si, mas o caminho na hora de colocá-lo em prática.

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As especialistas ressaltam que os profissionais que têm um planejamento de carreira bem traçado têm mais chances de chegarem aonde querem mais rápido e sem grandes tropeços. E ainda que os tropeços ocorram, eles têm grandes chances encontrar soluções mais eficazes e de não cometê-los de novo.

Preparando o planejamento
Planejar significa programar um caminho. E todo caminho tem um fim. Por isso, para estabelecer um planejamento profissional eficaz, o primeiro passo é saber, independentemente do caminho que se queira seguir, qual é o seu fim. “A primeira coisa é determinar um objetivo”, aponta Suely. “Onde você quer estar daqui alguns anos?”, questiona a professora.

Definir onde se quer estar é traçar a empresa e o cargo. Mas colocar esses dois pontos no papel não basta. É preciso determinar em quanto tempo esse objetivo será alcançado. “Dá para fazer um planejamento de, no máximo, quatro anos”, acredita Suely. Para Claudia, ainda que com as constantes mudanças do mercado, é possível determinar a carreira em dez anos.

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A etapa inicial do plano profissional parece simples, mas tente pensar onde e em qual cargo você quer estar daqui há dez anos: “90% das pessoas não sabem o que querem no longo prazo”, explica Claudia. “Essa etapa é a mais difícil”, afirma. E, para conseguir superá-la, é preciso um pouco de experiência de mercado e uma boa dose de autoconhecimento.

Após definir a primeira etapa, o profissional precisa ir a campo. “Ele precisa saber do que ele precisa, em termos de competências e habilidades, para ocupar aquele cargo naquela empresa”, afirma a consultora. Contudo, é preciso ter os pés no chão. “O planejamento tem de ser realista. Não adianta definir que se quer ser diretor da empresa em três anos”, avalia.

Diante disso, o profissional deve listar quais competências e habilidades ele têm e quais faltam para ele alcançar seu objetivo, tendo em vista, sempre as mudanças na sua área de atuação. Saber o que está faltando para chegar àquela posição não é suficiente: é preciso conseguir obtê-las em determinados espaços de tempo. Aí entra o detalhamento do planejamento profissional.

De olho nos detalhes
“Agora, o profissional precisa definir um cronograma de ações, definindo pequenas metas”, explica Suely. Ou seja, se para atingir seu objetivo você precisa ter inglês fluente, você precisa definir em quanto tempo e como você pretende conseguir essa habilidade. Por isso, um planejamento global exige vários planejamentos menores dentro dele. Nessa hora, conta a organização e principalmente a motivação do profissional. “Ele precisa ser o gestor da própria carreira”, ressalta Suely.

Para a professora, nesse meio do caminho, o profissional precisa se manter em linha com o seu objetivo e tentar mudar o que for necessário para se adequar aos possíveis percalços que poderão surgir. “Se esse problema surgir dele mesmo, ele precisa manter a motivação para conseguir o que quer, se surgir de fatores externos, ele tem de tentar ver outras possibilidades”, acredita.

E se os problemas persistirem, é preciso tentar se concentrar e traçar um novo planejamento. Para as especialistas, somente com ele, é possível um crescimento profissional efetivo e com mais segurança.