Mercado de trabalho: mulheres têm maior ingresso, mas ainda recebem menos!

Pesquisa mostra que participação delas cresceu 6,59% em 2006 e a dos homens, 5,21%; o que fazer diante desta realidade?

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Dados do relatório final da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), divulgados na quinta-feira (21) pelo Ministério do Trabalho, mostram que o ingresso das mulheres no mercado formal é maior do que o dos homens. A participação delas cresceu 6,59% em 2006 e a dos homens, 5,21%.

As mulheres predominam entre os trabalhadores com nível superior completo. Nesta faixa de escolaridade, elas ocuparam mais 164,9 mil postos em 2006, enquanto que os homens preencheram apenas 73,4 mil.

De acordo com o presidente da consultoria Caliper, José Geraldo Recchia, o que se percebe é que as mulheres estão estudando cada vez mais que os colegas do sexo masculino. “Tudo isso tem relação com o fato de elas terem que mostrar mais competência do que os homens”, afirmou.

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Liberdade, mas com salário menor

Para o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, elas estão entrando no mercado de trabalho mais preparadas. “Significa dizer que a mulher, quando tem maior informação e escolaridade, começa a disputar um posto e conquistar a sua liberdade”, disse.

Mesmo com esta autonomia, elas ainda continuam a ganhar menos que os homens. Dados do estudo comprovam que mulheres com nível superior recebem 57,19% do salário um profissional do sexo masculino nas mesmas condições.

A diferença, por sua vez, cai de acordo com o nível de escolaridade. Dentre os analfabetos, o salário feminino alcança 82,59% da remuneração masculina. “Precisamos convencer os empresários a aumentar estes salários”, disse o ministro.

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O que fazer?

As mulheres que buscam uma colocação no mercado de trabalho precisam saber desta realidade, mas não se deixar abater por ela. Conquistar um lugar implica em conseguir lidar com as pessoas e ter conhecimento sobre a área na qual deseja atuar. Depois disso, é partir para a especialização nesta profissão, em busca de um diferencial.

Diz-se que as mulheres são mais sensíveis, o que pode ser muito vantajoso na hora da procura por um emprego ou, até mesmo, ao tomar decisões em projetos e negociações, pois a sensibilidade implica em dar maior atenção a detalhes.

As profissionais que ocupam cargos de chefia, por exemplo, estão mudando a definição de liderança. Isso porque elas têm a capacidade de transmitir o lado familiar para a empresa, ao envolver mais as pessoas, trazer valores e não somente impor ordens.

Para se dar melhor no mercado de trabalho, as mulheres devem também facilitar a dupla jornada de casa e emprego, programando o dia, eliminando o estresse, pedindo ajuda quando necessária e concentrando-se no que realiza.