Mercado de trabalho deve impulsionar demanda doméstica, diz BNP Paribas

Confiança do consumidor e expansão do crédito também são incentivos; País obteve menores taxas de desemprego desde 2002

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SÃO PAULO – Segundo dados da Pesquisa Mensal de Emprego divulgada nesta quinta-feira (25), o taxa de desemprego do Brasil recuou, atingindo o menor patamar desde 2002. A taxa registrou cerca de 6,1% no mês de outubro nas seis principais regiões metropolitanas do País.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou o fato em discurso durante o 3º Seminário Nacional do Programa de Aquisição de Alimentos, em Brasília, e afirmou que o resultado não é decorrência de sorte. Lula ressaltou as medidas anticíclicas adotadas em seu governo, estimulando a produção e o consumo ao invés de promover um ajuste fiscal durante a crise. Por isso, segundo o presidente, o Brasil está passando por um bom momento e não sentiu fortemente a crise, permitindo melhoras significativas para os trabalhadores.

O banco de investimentos BNP Paribas também analisou os dados sobre desemprego e afirmou que esse novo recorde na taxa é um bom sinal para a demanda doméstica.

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Segundo Rafael Leão, analista do banco, o declínio da taxa de desemprego verificado no décimo mês do ano ficou em linha com as estimativas. Em uma base ajustada sazonalmente, a estimativa do BNP é de que a taxa tenha permanecido em 6,3%, abaixo da  “taxa de desemprego que não acelera a inflação ” (NAIRU), estimada pelo Banco Central entre 7,5% a 8,5%.

Explicações para o recorde brasileiro
Para o analista, tal queda foi possível devido a um aumento na criação de emprego, com a força de trabalho crescendo a níveis mais modestos. A estimativa do BNP aponta uma criação líquida de 90 mil vagas, enquanto a força de trabalho teve um aumento de 60 mil. O principal responsável pelo avanço da criação de trabalho foi o setor de serviços, com cerca de 65 mil vagas, na visão do banco. Todas as estimativas são referentes aos dados com ajustes sazonais. 

Além disso, os salários reais também mantêm as taxas de crescimento. A média dos ganhos nominais de salário por trabalhador avançou cerca de 1,8% em comparação com o mês anterior e com ajuste sazonal, enquanto na comparação anual, a elevação foi de 12,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, taxa expressivamente acima da inflação. Em termos reais, a média ficou 6,5% acima da observada em outubro de 2009.

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Mercado de trabalho é o combustível da demanda
Concluindo o seu relatório, o banco avaliou que o mercado de trabalho no Brasil continua apertado, enquanto os salários reais estão em ascensão. Esses fatores, juntamente com a confiança do consumidor elevada e as condições de crédito em expansão, fazem com que o mercado de trabalho gere bastante estímulo para a demanda doméstica.